O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou vários requerimentos da defesa de Carlos Cruz que pedia a junção aos autos de entrevistas de jovens casapianos a desdizer a acusação, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Segundo a mesma fonte, a decisão foi tomada no dia 7 deste mês, tendo os juízes recusado ouvir novas testemunhas, a junção de documentos e a renovação de provas pedido por Carlos Cruz e outros arguidos.
O antigo apresentador de televisão pretendia juntar aos autos entrevistas recentes de antigos alunos casapianos que diziam ter sido forçados a mentir no sentido de o incriminar.
O projeto de decisão sobre os recursos do processo Casa Pia deverá estar concluído em janeiro de 2012 Os recursos - dos arguidos e do Ministério Público - foram entregues no final de 2010 e estão a ser analisados pelos juízes desembargadores Guilhermina Freitas e Calheiros da Gama, na 9.ª Secção Criminal do TRL.
O julgamento do processo Casa Pia, relativo a abusos sexuais de menores da instituição, terminou, ao fim de quase seis anos, com um acórdão que condenou seis dos sete arguidos a penas de prisão e ao pagamento de indemnizações.
Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão, igual pena foi aplicada ao médico João Ferreira Diniz, o embaixador Jorge Ritto foi condenado a seis anos e oito meses, Hugo Marçal a seis anos e dois meses, Carlos Silvino foi condenado 18 anos de prisão e Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, a cinco anos e nove meses.
Segundo também o acórdão deste processo, proferido a 3 de setembro de 2010, Gertrudes Nunes, dona da casa de Elvas, foi absolvida do crime de lenocínio.
Lusa