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Nacional
Cesar Prado, o último homem orquestra da Península Ibérica
Cesar Freiria Prado
Redação Lux  com VCP / Lusa em 17 de Novembro de 2009 às 13:31
Chega a carregar consigo mais de uma dezena de instrumentos, toca com as mãos, a boca e os pés e ainda canta. Faz a festa sozinho e é um dos últimos «homens orquestra» da Península Ibérica.

Ligado à música desde tenra idade, César Freiria Prado, um galego de 34 anos nascido numa família de gaiteiros, decidiu, no Verão de 2008, transformar-se num «homem orquestra», escolhendo a rua como o palco preferencial para os seus concertos.

«Gosto do contacto directo com as pessoas e os meus espectáculos acabam sempre por contar com a colaboração de quem passa na rua» referiu, à Lusa, aquele «self made artista».

Às costas carrega os instrumentos de percussão, nomeadamente o bombo e a pandeireta, que toca com os pés, através de um mecanismo que o próprio inventou.

«Chamo-lhe o `bate-pés`. Quando mexo os pés, acciono um mecanismo que faz tocar o bombo e a pandeireta», explica.

À frente, transporta um acordeão e, ao pescoço, leva sempre harmónicas ou realejos.

Cavaquinhos, violas, flautas, gaita-de-foles, clarinetes e bandolins são outros instrumentos que Cesar Prado habitualmente carrega no corpo sempre que vai para um concerto, para que na hora do espectáculo «nunca falte nada».





«Tenho de ir preparado para tudo, porque raramente sei que tipo de público vou encontrar», diz.

Dois outros «adereços» que o «homem orquestra» não dispensa são os chocalhos e o corno, com que anuncia a sua chegada e a sua partida.

Do seu repertório, faz parte, essencialmente, música tradicional da Galiza, mas também faz «incursões» por outros mundos, tocando, por exemplo, o bem português «Malhão» ou o brasileiro «Mamãe, eu quero».

Cria alguns dos seus instrumentos, com canas e materiais reciclados, compõe muitas das melodias que canta e garante que, por sua vontade, a tradição dos «homens orquestra» não acabará na Península Ibérica.

«A procura tem sido muito boa, o que significa que as pessoas gostam ou acham piada. Ora como eu também gosto e acho piada, quero acreditar que estou nisto para lavar e durar», rematou.

Natural de Vigo, na Galiza, Espanha, Cesar Prado já esteve em Viana do Castelo, para animar a apresentação do III Festival Internacional de Marionetas e Cinema de Animação, e voltou esta segunda-feira àquela cidade, no âmbito do mesmo certame.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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