"Sou da geração em que morreu muita gente com sida.” José Carlos Malato, de 51 anos, associou-se, mais uma vez, à Gala Abraço, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, no Dia Mundial de Luta Contra a Sida (1 de dezembro).
“Sou do tempo em que a Abraço era a única associação em Portugal que trabalhava este problema. Nasceu da morte de alguém que era meu contemporâneo. Acho que a sociedade civil tem de se unir, mas compete ao Estado a função de apoiar. Congratulo-me muito por termos um governo que, finalmente, dá atenção a este tipo de coisas”, afirmou o apresentador, regozijando-se com as garantias que o novo Executivo deu a organizações como a Abraço, de que iria continuar a apoiá-las financeiramente.
Malato é um defensor das políticas de esquerda, e congratulou-se ainda com a abolição das taxas moderadoras na interrupção voluntária da gravidez e com a aprovação da adoção por casais do mesmo sexo: “É extraordinária a possibilidade de qualquer cidadão poder adotar, independentemente da orientação sexual”, afirmou. No seu caso pessoal, não pondera adotar, garantiu: “Não sinto qualquer apelo de paternidade. Tenho os meus sobrinhos, cujo crescimento acompanho há muitos anos, e agora tenho dois cães...”, disse, em tom de brincadeira. “Porém, uma coisa é eu não querer, outra coisa é não ter possibilidade de o fazer. Isso abre uma janela de oportunidade muito grande para quem quer ser pai e, sobretudo, salvaguarda o superior interesse da criança”,