Mais do que meros objectos, coisas para ter, levar para casa e guardar, aquilo que hoje procuramos são emoções, experiências únicas para armazenar no único local capaz de fazer jus à sua importância: a memória, a nossa e a de todos aquelees que connosco partilha os nossos trilhos afectivos, as nossas estradas emotivas.

Num outro qualquer disco rígido podemos ainda armazenar registos dessas memórias gravadosna forma de imagens, fixas ou em movimento, para a elas odermos voltar sempre que o desejarmos.

Por isso procuramos hotéis que valham por si, que justifiquem o o próprio destino, hotéis que se revelem uma experiência por si mesmos.

Daí que, ao desembrulhar um presente esperamos encontrar uma pintura que nos emocione, um bilhete de avião para locai nuca visitados, a possibilidade de experimentar coisas nunca vividas, uma reserva num restaurante exótico para misturar no palato sabores e odores de outras vidas com as quais é bom contar.

Nesta edição, como em todas as outras, trabalhámos nesse sentido. Não nos limitámos a olhar para os objectos, suas formas e contornos, tentámos alcançar o seu espírito, a sua capacidade para, sozinhos ou em conjunto com outros da mesma natureza, nos elevarem a um outro nível. Objectos que podemos distribuir por casa com o propósito de criar um espírito, reflectir experiências e denunciar emoções.

Metemo-nos à estrada, sem guias ou roteiros, apenas com um mapa efectivo e gravada na alma a vontade de mostrar possibilidades. Agarrámo-nos ainda a cores que determinam tendências e galvanizam optimismos, plenas que estão de energia, pintadas nas mais novas criações ou em alguns clássicos intemporais.

Fomos descobrindo paisagens urbanas onde o design ajuda a viver melhor e fomos aprendendo a conhecermo-nos melhor. Demabulámos pela obra onírica e visionária da arquitecta Zaha Hadid, fizemos check in e check out em alguns dos mais entusiasmantes projectos hoteleiros.

De regresso, tínhamos tatuados na pele formas e contornos que jamais esqueceremos e a vontade de actualizar alguns recantos de casa e de reinventar os ambientes da casa de banho, que cada vez que se afastam mais do estereótipo de outras eras: locais pequenos, privados e escusos que se escondiam do olhar. O banho, também ele, assume-se, hoje, como espaço de bem-estar e relaxamento, exige janelas, áreas abertas, com soluções estéticas e de conforto que o colocam lado a lado com todas as áreas de um projecto, onde já não há parentes pobres.

Tudo isto foi possível através de cada um dos objectos que habitam cada página. capazes de, isoladamente, nos teletransportarem para paisagens emotivas que nos dizem algo cá dentro. Nem precisamos de explicar, por certo, compreenderá.