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Nacional
Primeira Semana do Cinema Português na Argentina tem início hoje
Manoel de Oliveira no Festival de Cannes em 2010 (Foto Lusa/EPA Ian Langsdon)
Redação Lux em 29 de Agosto de 2013 às 11:08
Os filmes «José e Pilar», de Miguel Gonçalves Mendes, e ¿A Batalha de Tabatô¿, de João Viana, são dois dos filmes que estão em cartaz, na primeira Semana do Cinema Português, na Argentina, que começa na quinta-feira.

A primeira edição da «Semana del Cine Portugués» realiza-se no Malba Cine, em Buenos Aires, e, até 01 de setembro, exibe filmes de realizadores como Manoel de Oliveira, João Salaviza e João Canijo.

O jornal argentino Clarín escreveu, na edição de terça-feira, que, «apesar da crise que afeta o país, e que levou a cortes de quase todos os apoios à produção, já de si escassa, o cinema português continua a ser um dos mais vitais e singulares da Europa, como prova esta mostra que inclui Manoel de Oliveira, Pedro Costa e Miguel Gomes, entre outros realizadores de primeira linha».

Numa entrevista publicada hoje no diário Pagina 12, o realizador João Salaviza, referindo-se à filmografia nacional afirma: «Não pensamos no mercado», o que o diário puxa para título afirmando que «esta parece ser a receita, não só para as suas curtas-metragens, mas também para a cinematografia portuguesa no seu conjunto».

A mostra de cinema português engloba ainda uma retrospetiva da obra do realizador João Salaviza, já distinguido com uma Palma de Ouro, em Cannes, em 2009, pelo filme «Arena», e um Urso de Ouro, em Berlim, em 2012, por «Rafa», duas curtas-metragens que serão exibidas no grande ecrã do portenho Malba Cine.

Deste cineasta, serão também apresentados «Cerro Negro», selecionado para o Festival de Roterdão, em 2012, e «Strokkur», filmado na Islândia, com o músico Norberto Lobo.

Referindo-se ao reduzido apoio à produção cinematográfica, o realizador afirma que «o Estado continua a ter algum dinheiro, mas não é suficiente para todos».

Os apoios públicos para a produção cinematográfica e audiovisual, em Portugal, não provêm de verbas do Orçamento do Estado, mas sim de taxas aplicadas sobre o preço dos bilhetes de cinema, as receitas da publicidade exibida nos canais abertos de televisão e aos operadores de televisão por assinatura, em função do número de subscritores.

João Salaviza afirma, na entrevista ao jornal argentino, que, em breve, irá filmar a sua primeira longa-metragem, e que «talvez seja o único a fazê-lo no país, este ano».

O cineasta dá conta de que «os apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual estão atrasados há três anos».

«A minha película, por exemplo, foi apoiada em 2010 e com um montante muito baixo, o que revela que Portugal continua a ser um produtor [cinematográfico] minoritário. Fora deste sistema é tudo mais complicado, a única solução é filmar curtas-metragens com particamente nada e entre amigos, ou sair e ir buscar dinheiro ao estrageiro, sobretudo à França e à Alemanha», afirma o cineasta de 29 anos.

No total, na capital argentina, são exibidos nove filmes portugueses que se estreiam em salas argentinas, entre os quais, «Aquele Querido Mês de Agosto», de Miguel Gomes, «Ne Change Rien», de Pedro Costa, «Sangue do Meu Sangue», de João Canijo e «O Gebo e a Sombra», de Manoel de Oliveira.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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