Miguel Esteves Cardoso voltou a escrever sobre a mulher na sua crónica do Público.
Maria João Pinheiro recupera de uma cirurgia ao cérebro, junto do marido.
Leia a crónica:
«Na revista 2 de domingo havia um anúncio engraçado da Hidrion. Vê-se uma piscina apinhada de químicos chatos, de bata branca, impedindo qualquer mergulho. (...) Mas eu vejo a piscina e penso na Maria João que hoje inaugurar o ano balneário numa praia ou numa piscina perto de nós. Por muito que tente, não consigo mudar de assunto. Leio as revistas todas de ponta a ponta e tudo o que leio parece ser, por um lado ou por outro, acerca dela.
Hoje vão tirar-lhe os agrafos da cabeça. Vai perder a bandolete, como ela lhes chama. Pedindo, pela última vez, se há maneira de lhe deixarem uma entrada USB. Vamos perguntar se, com uma touca de banho, ela pode nadar dez minutos, nestes primeiros dias de calor. Já sabemos que vão dizer que não. Mas pode ser que não.
É difícil mudar de assunto. Gosto do anúncio mas, por causa da Maria João, não gosto que a pejorativamente, como coisa ou como pessoa. Estaríamos todos se não fossem os químicos. O cloro salvou e salva muitas vidas, matando bactérias más. E a água também é um químico.
Se a Maria João puder nadar hoje ou amanhã numa piscina, até prefiro que tenha cloro quanto baste. E eu contigo, meu único coração.