PUB
PUB
Nacional
Espólio de Rosa Lobato de Faria vai ficar à guarda da SPA
Rosa Lobato de Faria (Lux)
Redação Lux em 20 de Abril de 2013 às 10:50
O espólio da escritora e atriz Rosa Lobato de Faria, falecida em fevereiro de 2010, vai ficar à guarda da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), por decisão da família, disse à Lusa fonte daquela cooperativa.

O presidente da SPA, José Jorge Letria, disse à Lusa que «o espólio da escritora, por decisão da família, ficará à guarda da cooperativa», que projeta realizar no outono «uma grande exposição biobibliográfica da autora».

O responsável adiantou à Lusa que ¿está em preparação, com o apoio da SPA, a edição, pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, de uma edição de poemas inéditos de Rosa Lobato de Faria, «assim como uma edição da sua poesia completa seguida de «Poemas Dispersos»».

Refira-se que recentemente foram editados dois inéditos da autora, «Alma minha gentil», um conto para a infância, com ilustrações de Pedro Sousa Pereira, jornalista da agência Lusa, e o livro de poesia «A Noite inteira já não chega».

O espólio da autora, disse Letria, é constituído «por manuscritos, fotografias, documentos e materiais diversos ligado à multifacetada carreira de Rosa Lobato de faria que só aos 64 anos se iniciou na ficção, mas que deixou cerca de duas dezenas de livros, tendo falecido aos 77».

Além de autora de 10 livros de ficção, Rosa Lobato de Faria escreveu poesia, livros infanto-juvenis, traduziu várias obras e foi autora de letras para canções, algumas vencedoras do Festival RTP da Canção como «Chamar a música», defendida por Sara Tavares, em 1994, e «Amor de água fresca», por Dina, em 1992.

O presidente da SPA adiantou à Lusa que «o espólio será todo digitalizado e colocado à consulta de investigadores».

José Jorge Letria afirmou saudar a decisão da família que «é exemplar para outros autores que, no ocaso da carreira, refletem sobre o que vai acontecer aos seus espólios».

«As famílias podem não ter espaço para os acomodar devidamente, não vão estar à consulta dos investigadores e são condições que a SPA garante», rematou.

O responsável salientou ainda «uma outra faceta da carreira de Rosa Lobato de Faria, que era uma mulher lindíssima, a de atriz, havendo também documentação relativa a esta área».

Como atriz, participou em várias séries e novelas televisivas, entre as quais «Vila Faia», «A minha sogra é uma bruxa», «Nem o pai morre, nem agente almoça» e «Humor de Perdição», de Herman José. No cinema participou, entre outros, no filme «O vestido cor-de-fogo», de Monique Rutler.

Como autora na área da ficção refiram-se os romances «O Pranto de Lúcifer», «Os Pássaros de Seda», «Os Três Casamentos de Camilla S.», «Romance de Cordélia» e «O Prenúncio das Águas», que lhe valeu o Prémio Máxima de Literatura em 2000, «A Trança de Inês», «O Sétimo Véu», «Os Linhos da Avó» e «A Flor do Sal».

Em junho de 2010 Rosa Lobato Faria foi agraciada, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção