No terceiro documentário de «Dar Vida Sem Morrer» e na segunda série de «Príncipes do Nada», Catarina Furtado regressa a África e dá a conhecer o resultado do donativo de 500 mil euros oferecidos pelos telespetadores da RTP, durante uma emissão especial do «Dança Comigo», em parceria com a Secretaria de Estado para a Cooperação e o Fundo das Nações Unidas. Na Guiné, o resultado foi um bloco operatório que levou a que a percentagem de mulheres que morrem durante o parto baixasse de 15% para 9,6%.

«Quis mostrar para onde vai o dinheiro. Há efetivamente fugas de donativos e projetos que não são implementados, mas não neste caso», afirmou Catarina durante a apresentação dos programas na

Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.

Confrontada com situações verdadeiramente dramáticas durante as viagens que fez nestes últimos quatro anos, a apresentadora confessa que nem sempre foi fácil lidar com as emoções.

«Tive de segurar muitas vezes as lágrimas e houve outras tantas em que não consegui. Às vezes, tenho de fazer um esforço gigantesco para não chorar à frente das pessoas», contou.

No entanto, esses episódios não lhe tiram a vontade de lutar por aquilo em que acredita.

«Ver alguns cenários tristes não me tira a força, dá-me mais a convicção de que é isto que quero fazer na vida e de que tenho de arranjar mais cúmplices», garantiu.

E se, enquanto cidadã e profissional, Catarina Furtado não poupa esforços para alertar e ajudar quem mais precisa, como mãe também o faz. Aliás, a apresentadora garante que os filhos, Maria Beatriz, de 4 anos, e João Maria, de quase 3, assim como a enteada, Maria, de 13 anos, «sofrem» com os seus discursos.

«Eles ainda são muito novos para perceberem, mas lembro-lhes de que há outras crianças que não vivem em condições iguais. Já a Maria vê os documentários, faz parte do trabalho de casa dela ver.»