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Nacional
Redação Lux em 28 de Abril de 2012 às 18:46
Miguel Portas: Homenagens da direita conservadora à esquerda revolucionária
Redação Lux em 28 de Abril de 2012 às 18:46
Os três ex-presidentes da República eleitos, o antigo ministro do regime ditatorial Adriano Moreira e o atual primeiro-ministro foram algumas das personalidades que compareceram hoje no velório do eurodeputado Miguel Portas que morreu terça-feira.

A meio da tarde, várias centenas de pessoas formavam uma fila com mais de 200 metros à porta do Palácio Galveias, em Lisboa, para prestar a última homenagem ao fundador do Bloco de Esquerda, cujos restos mortais serão cremados no domingo, numa cerimónia privada.

O primeiro-ministro do Governo de centro-direita, Pedro Passos Coelho, salvaguardando as diferenças políticas, disse que quis homenagear o «homem de convicções», a «personalidade muito respeitada pelos adversários políticos» que «lutou muito para construir uma democracia tolerante».

O «sentimento de humanidade» que lhe reconhecia e a «maior consideração e admiração» que por ele nutria foram algumas das razões que Adriano Moreira invocou para ir apresentar as condolências à família de Miguel Portas e aos seus camaradas de partido.

O antigo chefe de Estado Jorge Sampaio, que compareceu tal como os seus antecessores Ramalho Eanes e Mário Soares, manifestou «muita estima» por Portas e pela sua família, que inclui o irmão Paulo, atual ministro dos Negócios Estrangeiros.

Mais à direita, o seu ex-colega no Parlamento Europeu Vasco Graça Moura, eleito pelo PSD, disse que eram amigos antes de se cruzarem em Bruxelas e fez questão de salientar a «dimensão humana e cívica» do antigo jornalista, com quem trabalhou na Comissão Nacional criada para comemorar os descobrimentos portugueses.

O PSD fez mesmo questão de deslocar ao Palácio Galveias uma delegação de três dirigentes liderada pelo vice-presidente Jorge Moreira da Silva para manifestar solidariedade à família e à força política que representava, o Bloco de Esquerda (BE), valorizando-lhe as qualidades de «político, jornalista e homem de cultura».

No mesmo espetro político, o ex-ministro Ângelo Correia chamou-lhe um ¿lutador de esquerda¿, área onde disse ¿deixar um lugar¿ e realçou-lhe ¿o ponto de vista humano¿.

O presidente da associação 25 de Abril e um dos militares que fez a revolução, Vasco Lourenço, disse ter ido despedir-se de «um amigo e democrata», cuja morte deixa «Portugal e o [espírito do] 25 de abril mais pobres».

Eurodeputados como Elisa Ferreira (PS), Diogo Feio (CDS) ou Rui Tavares, eleito pelo BE donde se afastou posteriormente, os deputados Inês Medeiros (PS), Luis fazenda e Ana Drago (BE) e o ex-candidato do PCP à presidência da República António Abreu foram outras figuras políticas que se deslocaram ao Palácio Galveias para homenagear Miguel Portas, que faria 54 anos na próxima terça-feira.

O fadista Camané e o maestro António Vitorino d¿Almeida também marcaram presença no velório.

Junto ao túmulo, recebiam as condolências os pais do eurodeputado, Helena Sacadura Cabral e Nuno Portas, e os dirigentes do BE Francisco Louçã, João Semedo, José Manuel Pureza e Marisa Matias.

Tanto a cremação como o funeral, que decorrem ambos no domingo, terão caráter privado. No mesmo dia decorre no Teatro de S. Luiz, em Lisboa, uma homenagem pública a Miguel Portas.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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