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O cérebro também come
Cérebro
Redação Lux  com Humberto Barbosa em 17 de Abril de 2010 às 10:12
O nosso cérebro tem cem mil milhões de células. A alimentação serve, precisamente, para alimentar todas as células que compõem o nosso corpo, e o cérebro não é excepção. Os neurónios, as células do cérebro, comunicam uns com os outros, sendo a informação transmitida por mensageiros especiais, chamados neurotransmissores.

E estes mensageiros são formados por aminoácidos, precisamente aquilo que forma as proteínas, uma palavra bem nossa conhecida e associada a alimentos como a carne, o peixe e os lacticínios, no reino animal, e a soja e as leguminosas no reino vegetal. Mas para que os aminoácidos sejam transformados em neurotransmissores é preciso a intervenção das vitaminas e dos sais minerais. Se alguma dúvida poderia existir de que o cérebro também come, por esta altura estaria totalmente dissipada. Com associação ao cérebro, já falámos de três elementos fundamentais presentes na alimentação: proteínas, vitaminas e sais minerais. Porém, não é possível ignorar outro nutriente essencial ao cérebro: os hidratos de carbono, o verdadeiro combustível cerebral. Por isso mesmo, as dietas loucas que eliminam totalmente os hidratos de carbono têm efeitos muito desagradáveis, quer a nível da energia quer do humor, deixando as pessoas infelizes e rabugentas. A explicação é razoavelmente simples: os hidratos de carbono transformam-se em glicose, que é utilizada pelo organismo para produzir energia para responder ao esforço físico e intelectual, ou apenas para manter o correcto funcionamento dos nossos órgãos e sistemas. É por esta razão que os níveis glicémicos do sangue devem manter-se estáveis no organismo, e explica o motivo por que oscilações repentinas de glicemia, conhecidas como hipoglicemia ou hiperglicemia, podem provocar, entre outros sintomas, confusão mental. Tanto o excesso como a carência de glicose têm efeitos muito nocivos no nosso organismo, pelo que ter uma boa alimentação, que mantenha estáveis os níveis glicémicos durante todo o dia, é um factor muito importante para a saúde, pois tanto o cérebro como os glóbulos vermelhos dependem deste combustível para terem um correcto funcionamento. Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts descobriram por que razão a restrição de hidratos de carbono causa mau humor. Os hidratos de carbono ajudam a estimular a produção de uma substância fulcral do cérebro, denominada serotonina, que controla as emoções. A serotonina é um dos três principais mensageiros do cérebro e a sua falta pode conduzir a alterações de humor e a depressão. Mas a produção de serotonina também interfere no mecanismo de saciedade e influi na quantidade de alimento que ingerimos. Quando se produz serotonina e esta fica activa no cérebro, produz-se uma sensação de bem-estar. Esta sensação de satisfação acontece mesmo sem o estômago estar cheio, pelo que a serotonina é também importante para controlar o apetite e impedir que se coma mais do que se deve. Deve ser feita uma chamada de atenção em relação aos hidratos de carbono: não devem ser consumidos conjuntamente com proteínas, porque a sua combinação impede a produção de serotonina. Pode parecer um paradoxo, já que muitos alimentos contêm em si ao mesmo tempo hidratos de carbono e proteínas, como é o caso dos feijões e das batatas, por exemplo, mas enquanto um prato de massa simples estimula a produção de serotonina, o mesmo prato de batatas com frango impede a produção desta substância. A verdade é que o nosso cérebro precisa de ser alimentado, e é tanto mais saudável quanto mais equilibrada for a forma como nos alimentamos. Uma boa alimentação estimula a inteligência, aguça a memória, melhora o humor, fortalece a concentração, mantém o cérebro jovem e a mente ágil, e é até importante para a estabilidade emocional.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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