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Os adolescentes e o sono nos dias de semana
adolescente
Redação  com Mafalda Leitão em 24 de Outubro de 2009 às 10:00
O sono é vital ao longo de toda a vida, mas adquire especial importância em determinadas etapas do nosso percurso individual.

É fundamental para a maturação do recém-nascido, para

o desenvolvimento saudável da criança, para a estruturação do adolescente, para o bom curso de uma gravidez e para o bem-estar global dos adultos. Contudo, ao contrário do que dizem constantemente aos pais, os adolescentes necessitam biologicamente de um sono nocturno prolongado, reparador e tranquilo.

A adolescência é acompanhada por intensas mudanças não só a nível físico como psicológico, dado todo o questionamento de si mesmos, dos outros e do mundo circundante.

É nesta fase que o adolescente se começa a reorganizar e a tentar descobrir a resposta à pergunta: «Afinal, quem sou eu?» Não é, pois, de surpreender que esta reestruturação individual seja muito exigente, levando a uma maior necessidade de descanso para que ele possa responder de forma adaptativa a todas as solicitações internas e externas.

No entanto, surgem nesta fase dois factores que geralmente impedem o adolescente de dormir aquilo de que realmente necessita: a hora de deitar e a de levantar!

Apesar da exigência biológica de maior número de horas de sono, há também um atraso de fase no adolescente, ou seja, o momento do dia em que este sente sono será mais tardio do

que quando criança (ou seja, nem sempre está a adiar o deitar por capricho quando diz aos pais que ainda não tem sono!).

Logo, a hora de adormecer é naturalmente atrasada e poderá sê-lo ainda mais se considerarmos as actividades e as preocupações de ordem vária que povoam os pensamentos do adolescente até cair no sono.

De manhã surge o segundo problema: uma vez que os horários lectivos exigem geralmente despertar cedo, o número diário de horas de sono do adolescente está necessariamente

reduzido porque adormeceu tarde na noite anterior¿

Surgem então as privações de sono na adolescência (que muitas vezes se tornam crónicas) que levam a que rapazes e raparigas comecem a funcionar aquém das suas capacidades, com resultados escolares inferiores aos até então obtidos, com alterações no seu humor e no seu comportamento

(menos tolerantes, mais «rabugentos», irritadiços, agitados, impulsivos) e, naturalmente sonolentos, podendo mesmo adormecer em situações desadequadas, como nas aulas.

Por tudo isto é indispensável que o adolescente durma o melhor possível e é aqui que entra a ajuda dos pais para que este não adie muito o horário de ir para a cama.

Qualquer pai sabe que, quando alerta o filho adolescente para ir para a cama, este responde com o invariável «já

vou», que se prolonga geralmente de forma sistemática (e por vezes agressiva), por querer ver mais um pouco de televisão, estar mais um pouco ao computador ou mandar «só mais uma» mensagem aos amigos.

Para evitar conflitos numa altura do dia em que é desejável que toda a família se encontre calma e tranquila, os pais podem tentar implementar junto dos filhos uma rotina de final de dia que comporte de tudo um pouco (digo tentar porque muitas vezes a colaboração não é fácil e há mesmo que colocar limites firmes).

Isto implica organizar o dia-a-dia para que, após o jantar, não haja a necessidade sistemática de fazer trabalhos de casa (aqui fica o alerta para os

professores...), mas exista um espaço de, pelo menos, meia hora para que o adolescente possa relaxar antes de dormir.

Pode então mandar alguns sms, ler, ver televisão, evitando

programas excitantes ou violentos, com o compromisso de terminar tudo o que possa interferir com o adormecer quando a hora determinada chegar.

Quanto mais o adolescente se sentir calmo, maior será também a sua sonolência e mais tranquilamente irá para a cama à hora estipulada pelos pais.

Mafalda Leitão
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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