Milhares de pessoas saíram às ruas esta segunda-feira, dia 26 de outubro, neste que foi o quinto dia de manifestações desde que o Tribunal constitucional polaco anunciou a proibição do aborto em caso de má-formação do feto, alegando que a prática é “incompatível” com a constituição do país.
As manifestações, que bloqueiam o centro de várias cidades do país, em defesa do direito ao aborto na Polónia.
O governo conservador Polaco tornou o aborto inconstitucional no país, salvo excepções muito pontuais. O Governo do PiS (Partido ultracatólico nacionalista Direito e Justiça), alinhado com a Igreja Católica polaca, terminou o programa estatal de financiamento da fertilização in vitro e limitou o acesso à pílula do dia seguinte. O líder do partido do governo, Jaroslaw Kaczynski, disse: "Vamos conseguir que mesmo nas gravidezes difíceis, quando se sabe que a criança vai morrer ou que vai ter grandes malformações, as mulheres deem à luz de forma a que a criança seja baptizada e sepultada, que tenha um nome".
Em 2016 as mulheres polacas vieram para a rua em protesto e conseguiram evitar uma situação semelhante.
A decisão da justiça poloca foi condenada por vários grupos de defesa dos direitos humanos na Europa.O Conselho da Europa condenou o veredicto do tribunal, com o comissário dos Direitos Humanos a declarar: "Foi um dia triste para os direitos das mulheres".
A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch também condenaram a decisão.