Cumprida metade da pena a que foi condenada em 2008, por ter encomendado a morte do marido, o empresário Paulo Pereira da Cruz, Maria das Dores confessou a culpa pelo crime e foi recompensada com uma saída precária de três dias.
Coube ao filho mais velho, uma das poucas pessoas que, ao longo dos anos, a tem visitado na prisão, ir buscá-la ao Estabelecimento Prisional de Tires.
A viver fora de Portugal – depois de alguns anos em Londres, mudou-se para Nova Iorque, onde está atualmente –, David Motta esteve sempre ao lado da mãe, tanto durante o mediático julgamento, como depois de ter ficado provado que Maria das Dores planeou com detalhe a morte do pai do seu filho mais novo, na altura com apenas 7 anos.
Desde então, Duarte, hoje com 18 anos, passou a viver com os avós paternos, que ficaram com a custódia da criança.
O crime “gratuito”, como o juíz Carlos Alexandre a ele se referiu no dia da leitura do acórdão, em abril de 2008, foi executado pelo motorista de Maria das Dores, João Paulo Silva (condenado a 20 anos de prisão), e por um amigo deste, Paulo Horta (condenado a 16 anos), num escritório da Avenida António Augusto Aguiar.
Paulo Pereira da Cruz foi morto com uma marreta das obras, porque a mulher, de quem se queria divorciar, sonhava receber o seguro de vida da vítima, de cerca de um milhão de euros. Os planos para ficar com o dinheiro correram mal e Maria das Dores acabou por ir parar à cadeia de Tires, condenada a cumprir uma pena de 21 anos.
O trabalho na biblioteca e o bom comportamento têm jogado a seu favor.
O pedido de liberdade condicional foi rejeitado, mas o facto de ter confessado o crime permitiu-lhe, para já, ‘saborear’ três dias de liberdade na companhia do filho mais velho. David Motta, que recusou falar à Lux sobre
a saída precária da mãe, a levou à igreja e esteve sempre com ela até ao seu regresso a Tires.