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Nacional
Carlos Sá fala em sensação incrível após triunfo na ultramaratona Badwater
Carlos Sá Foto: Instagram
Redação Lux em 17 de Julho de 2013 às 14:05
O português Carlos Sá afirmou, esta terça-feira, que foi uma sensação incrível ter ganhado na estreia na ultramaratona Badwater, nos Estados Unidos, disputada no «ambiente mais hostil do planeta».

«É uma sensação incrível. Quando me decidi a fazer este desafio, tinha muitas dúvidas. Nunca tinha corrido uma maratona de estrada e agora correr, no ambiente mais hostil do planeta, mais de cinco maratonas seguidas, com temperaturas incríveis...», referiu Carlos Sá, à agência Lusa.

O português, de 39 anos, cumpriu o difícil trajeto em 24:38.16 horas, seguido do australiano Grant Maughan a 15,01 minutos e o mexicano Oswaldo Lopez a 48,47.

«O primeiro pensamento foi ficar muito emocionado. Foi também uma sensação de dever cumprido, após muitas horas de treino. Hoje faço história no desporto português, nesta disciplina que está em crescendo. Na estreia vencer, num ano difícil, com temperaturas muito altas, com ventos acima de 50 km/h na maior subida. Conseguimos ultrapassar isso, o trabalho da equipa foi incrível», afirmou.

Disputada na zona do Vale da Morte, na Califórnia, a corrida iniciou-se na baía de Badwater (86 metros abaixo do nível do mar) e terminou no monte Whitney (4.421 metros de altitude), os pontos mais alto e mais baixo do território norte-americano.

«São 217 quilómetros. É o equivalente a cinco maratonas seguidas. Consegui fazer pouco mais de 24 horas, com desníveis brutais. O início é abaixo do nível do mar. É um carrossel autêntico, que nos cria um desgaste tremendo. Não há nada que se possa comparar a esta prova», garantiu.

De acordo com Carlos Sá, «para ser um ultramaratonista deste nível é precisa muita dedicação, muito treino, pessoas que nos apoiam todos os dias, quer os patrocinadores, quer o apoio familiar, quer dos amigos», referiu.

«Creio que sim [que sou o ultramaratonista mais versátil do Mundo]. Ficou provado hoje. Já consegui ser o melhor não africano no deserto. Já consegui vencer na montanha. Faltava-me esta, provar que podia correr ultramaratonas em estrada. Nunca pensei que pudesse vencer na estreia, queria aprender», revelou.

Carlos Sá deixou ainda uma mensagem para os portugueses: «Nós portugueses vivemos num clima quase depressivo. Temos de ter objetivos muito fortes no nosso dia a dia. É esta mensagem que quero deixar aos portugueses, que acreditem, que lutem, porque sem trabalho, sem sacrifício, nunca vamos conseguir mudar este país».

O português, de 39 anos, já tinha batido este ano o recorde do Mundo na ascensão ao Monte Aconcágua, na Argentina, o ponto mais alto da América e de todo o hemisfério sul, com 6.962 metros de altitude, e sido sétimo na Maratona das Areias.

Em agosto, vai fazer uma prova de trail de montanha de 168 quilómetros nos Alpes e este ano tem ainda uma montanha de 8.000 metros «para cumprir o projeto de ultramaratonista mais completo do mundo».

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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