Apesar de ser português, Miguel Câncio Martins é mais conhecido no estrangeiro do que no seu próprio país. Reconhecido arquitecto de interiores, é o responsável pela decoração de alguns dos espaços mais famosos e mais in do mundo, caso do Buddha Bar, em Paris.

A morar há vários anos na capital francesa, o arquitecto teve a possibilidade de trabalhar com os melhores e para os melhores, por isso o seu círculo de amizades inclui personalidades de todo o mundo, desde príncipes a alguns dos designers mais conhecidos, e até actores de Hollywood. Foi através desses amigos que conheceu Marie Charlotte Guichet. Depois de três anos de namoro, o casal decidiu dizer o «sim» e escolheu o país do noivo para o fazer.

Passavam poucos minutos das cinco da tarde quando Miguel chegou à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Lisboa. Num elegante fato cinzento-claro, com gravata azul-clara, o arquitecto de interiores mostrava-se sereno, sem deixar perceber qualquer sinal de ansiedade por estar a menos de uma hora de dar um dos passos mais importantes da sua vida.

Ainda antes de entrar na Igreja, onde já se encontrava grande parte dos convidados, Miguel Câncio Martins fez questão de cumprimentar os amigos que ainda estavam do lado de fora, entre eles aquele que elegeu para seu padrinho, José Salazar.

Acompanhada pelo pai, Jean Guichet, Marie Charlotte chegou à igreja quando o relógio marcava 17h35m. Num elegante vestido cai-cai cor de champanhe, com um mini-bolero de renda ¿ uma criação de Celestina Agostino - e um bouquet composto por jarros brancos, que combinava com a fl or da lapela de Miguel Câncio Martins, a noiva não conseguia esconder o nervosismo habitual de quem percorre o caminho até ao altar.

A entrada de Marie Charlotte na igreja foi acompanhada pelos ritmos de um coro de gospel, que foram, aliás, uma constante durante toda a cerimónia. Por respeito às raízes de ambos os noivos - Miguel é português e Marie Charlotte é francesa -, a cerimónia foi celebrada em cada uma das suas línguas maternas.

Quando, cerca de uma hora depois, o casal abandonou a igreja, já como marido e mulher, foi recebido pelos convidados com um forte aplauso e uma chuva de pétalas de rosa, tal como impõe a tradição. Porém, ao contrário do que é habitual em Portugal, a noiva não esperou pela festa para atirar o bouquet às solteiras presentes no casamento, e fê-lo logo ali no adro da igreja.

De mãos dadas e visivelmente felizes, Miguel Câncio Martins e a mulher, acompanhados por todos os convidados, seguiram a pé para o copo d¿água, que decorreu no Palácio do Marquês de Fronteira e Alorna, a cerca de 100 metros da igreja. Durante o percurso, foram acompanhados pelo grupo de gospel, que, atrás dos noivos, entoava animados cânticos. Já dentro do palácio, noivos e convidados foram recebidos com um cocktail, onde não faltava champanhe para brindar à felicidade do casal.

Entre os cerca de 200 convidados, na maioria personalidades vindas dos quatro cantos do planeta, destacavam-se alguns portugueses, como Margarida Rebelo Pinto. Amiga de longa data de Miguel, com quem passa férias na Comporta há vários anos, a escritora não escondeu a emoção de ter partilhado com o amigo este momento tão especial.

«É um casal muito compatível. São os dois muito calmos. Têm tudo a ver um com o outro», confidenciou à Lux.

A festa continuou já dentro do palácio, onde, desde a decoração ao catering, tudo foi pensado ao pormenor pelo amigo do noivo Vasco Aragão, da Living Room. Na decoração, que primava pela elegância, não faltaram toalhas de mesa de seda branca e cinzenta-clara, pratos de platina, e marcadores de espelho e copos de cristal, ambos venezianos.

O jantar contou com um menu de excelência, composto por mourilles com trufas de Verão, como entrada, garoupa com azeite de ronda, como primeiro prato, vazia de leite com molho de ostras, como segundo prato, e, para sobremesa, trio de chocolates com sorvete de morangos frescos.