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Internacional
Papa Francisco: «Sei que vou durar pouco tempo, dois ou três anos. Depois, vou para a Casa do Pai!»
Papa Francisco na audiência no Vaticano 20 de agosto Foto: Reuters
Evelise Moutinho em 30 de Agosto de 2014 às 08:50
Em pouco mais de um ano de pontificado, o papa Francisco já alcançou feitos nunca antes imaginados num chefe da Igreja Católica. Para muitos, ele representa a modernidade, a humildade e a honestidade que faltavam à Igreja. Ninguém se surpreendeu com a sua eleição como personalidade do ano pela revista Time, ou de ter sido capa da mítica Rolling Stone. A sua popularidade é do tamanho da sua fé: enorme! Por essa razão, mais do que nunca, todos querem saber o que faz e o que pensa.

Na semana passada, ao regressar a casa, no Vaticano, depois de uma visita histórica de cinco dias à Coreia do Sul, a bordo do avião papal, o Papa conversou informalmente com os jornalistas e respondeu a perguntas.

Perante sete dezenas de profissionais da comunicação social, Francisco abordou pela primeira vez o tema da sua morte. Questionado sobre a sua popularidade, o Sumo Pontífice respondeu com a simpatia e a boa-disposição que o caracterizam: «Encaro-a como uma generosidade do povo de Deus. Interiormente, tento pensar nos meus pecados, nos meus erros, para não ficar orgulhoso, porque sei que vou durar pouco tempo, dois ou três anos. Depois, vou para «a Casa do Pai!», afirmou, em tom de brincadeira, o que provocou uma gargalhada geral entre os passageiros a bordo do Boeing 777 que o levava de regresso a Roma.

Durante a conversa, o Papa que veio da Argentina revelouque, tal como o seu antecessor, o papa Bento XVI, não descarta a hipótese de renunciar ao cargo: «Podem perguntar-me: «Se umdia não se sentir capaz de seguir adiante, faria a mesma coisa que o papa Ratzinger?»«Sim», admitiu. «Rezaria muito e faria a mesma coisa que Bento XVI. Alguns teólogos talvezdigam que não é certo, mas eu penso assim. Ele abriu uma porta que é institucional, não excecional», acrescentou.

O lado mais privado da vida do papa Francisco suscita também uma grande curiosidade, e houve quem tivesse aproveitado a oportunidade para perguntar ao Sumo Pontífice se ele iria ter férias. «Tiro sempre férias, mas sou muito caseiro, por isso mudo de ritmo. Leio coisas de que gosto, ouço música e, acima de tudo, rezo mais», disse. O Papa confessou que ser «caseiro» é uma das suas neuroses, e que as cura «bebendo mate todos os dias».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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