A obra do pintor francês pós-impressionista, pertencente a um coleccionador britânico, estará em destaque no certame que se realiza em 23ª edição entre 12 e 21 de Março, com um número recorde de 263 galerias de 17 países, incluindo Portugal, segundo anunciou hoje a organização holandesa, em Lisboa.
Referência internacional no mercado de arte e antiguidades, a TEFAF é visitada anualmente por cerca de 70 mil pessoas, desde curadores, representantes de museus, peritos de leiloeiras, antiquários e coleccionadores de todo o mundo.
O certame mostrará nesta 23ª edição cerca de 30 mil obras de arte antiga e contemporânea, desde pintura, escultura, desenhos e iluminuras, porcelanas, manuscritos, livros, mobiliário, joalharia, arte clássica e antiga.
Nesta edição - cuja novidade principal é o espaço dedicado às obras de arte em suporte de papel, desde a pintura, desenho, iluminuras, livros e fotografias - a TEFAF terá, pela primeira vez, galerias provenientes do Uruguai e da China.
Entre outras raridades, o certame exibirá um retrato a óleo do primeiro presidente norte-americano, George Washington, pintado em 1822 por Gilbert Stuart.
A tela estará à venda por cinco milhões de euros através da Hammer Galleries de Nova Iorque.
Uma outra pintura - «Untitled XVI» - criada em 1982 pelo artista de origem holandesa Willem de Kooning, que veio a tornar-se um expressionista de renome nos Estados Unidos, estará à venda por 3,7 milhões de euros.
O certame de arte e antiguidades irá também exibir um raro estojo em filigrana de prata indo-portuguesa do século XVII. Em todo o mundo só são conhecidos dois cofres semelhantes criados por artesãos, ambos à guarda de museus.
De Portugal, estarão presentes dois antiquários - a Galeria Jorge Welsh, de Lisboa, e Luís Alegria, do Porto - e entre as peças que vão levar à feira, constam, respectivamente, um raro polvorinho (recipiente para guardar pólvora) nanbam e um cavaleiro europeu em porcelana chinesa.
Titia Vellenga, da organização da TEFAF, disse à agência Lusa que a galeria internacional Dickinson - com sede em Nova Iorque e Londres - que irá colocar «Duas Mulheres» à venda na feira, é a mesma que há dois anos levou um quadro de Vincent Van Gogh, avaliado em 25 milhões de euros.
O quadro de Paul Gauguin (1848-1903) foi pintado um ano antes da sua morte, quando vivia em Hiva Oa, uma das ilhas do arquipélago das Marquesas, no Oceano Pacífico, onde se refugiou para viver no paraíso primitivo que buscava para criar.
As mulheres e a natureza tornaram-se os temas favoritos do pintor, cuja produção artística é considerada uma das mais singulares e determinantes para as vanguardas do século XX.
Gauguin foi contemporâneo de Van Gogh, com quem chegou a viver durante algum tempo, no sul da França, mas o choque de personalidades levou a confrontos violentos entre ambos e à definitiva separação.
Durante a 23ª edição da TEFAF, o Museu Van Gogh, em Amesterdão, vai mostrar uma exposição dedicada a Gauguin, com algumas das suas litografias.
