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Internacional
Redação Lux em 8 de Fevereiro de 2014 às 10:09
Infanta Cristina depõe este sábado em tribunal
A infanta Cristina, filha do rei espanhol Juan Carlos, chegou este sábado (8), minutos antes das 09:45 locais (08:45 em Lisboa) ao tribunal de Palma de Maiorca onde será ouvida como arguida por alegados delitos de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Sorridente e saudando com «bons dias» os muitos jornalistas presentes, Cristina foi recebida à porta do tribunal pelo seu advogado.

Manifestantes antimonárquicos, trabalhadores despedidos da Coca-Cola e outros reuniram-se a cerca de 100 metros da entrada, separados por um cordão policial

O depoimento da filha de Juan Carlos chega depois de dois anos de instrução do processo conhecido como Nóos, que envolve o marido de Cristina, Iñaki Urdangarin.

Mais de 40 advogados, representando a defesa de todos os arguidos e as acusações particulares e populares, acompanham o depoimento de hoje onde está proibido o uso de telemóveis ou computadores, para evitar filtrações.

Quatrocentos jornalistas de vários países estão acreditados para acompanhar o julgamento, com unidades móveis de televisão a ocuparem todas as zonas nos arredores do tribunal.

Até a chegada hoje ao tribunal esteve marcada pela polémica, com debates sobre se a filha do rei deveria ou não descer a pé a pequena rampa que conduz à entrada do edifício, acabando por a polícia recomendar que o fizesse de carro.

Esse «passeillo» como ficou conhecido em Espanha, tornou-se famoso por ser o local onde as câmaras de televisão filmaram cada uma das entradas na audição do seu marido, Iñaki Urdangarin.

Depois o debate foi sobre se o depoimento deveria ou não ser gravado e com ou sem vídeo, tendo o juiz acabado por deliberar fazer apenas uma gravação em áudio.

Perante forte atenção mediática, dentro e fora de Espanha, este caso envolveu a Casa Real numa das suas maiores polémicas de sempre, com amplos debates sobre até que ponto é que a infanta conhecia os negócios mais questionáveis do seu marido.

O nome de Cristina surge em documentação que faz parte do processo.

Esta foi a segunda vez que o juiz José Castro constituiu a infanta como arguida neste processo. Em abril de 2013 acabou por suspender essa decisão, depois de um recurso apresentado pela procuradoria anticorrupção.

A Audiência Nacional deixou sem efeito essa decisão de abril, mas apontou novas linhas de investigação para averiguar se a filha de Juan Carlos poderia ser responsável por delitos fiscais e branqueamento de capitais através da empresa Aizoon.

Cristina de Borbon controla 50% do capital da Aizoon e o seu marido os restantes 50 por cento. A Aizoon era uma das empresas envolvidas no universo da empresa Nóos, que está a ser investigada há vários anos pelo alegado desvio de milhões de euros de fundos públicos.

No auto, o juiz espanhol considera haver indícios suficientes de que a infanta autorizou que a Aizoon «servisse de base imprescindível para que se cometessem delitos fiscais», tendo realizado ainda gastos fraudulentos com fundos da empresa.

O juiz José Castro considera que tem a obrigação de ouvir a infanta para que esta dê conta do seu conhecimento sobre os alegados delitos fiscais cometidos pela empresa Aizoon, que terá servido para distribuir lucros das atividades ilícitas do Instituto.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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