Há coisas que, por bem, nunca mudam. “Venho todos os anos, antes de ser presidente e depois de ser presidente... Não mudo. Sou sempre o mesmo”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto digita o código de multibanco depois de feitas as primeiras compras na Rastrillo, a Feira de Solidariedade da Novo Futuro, associação que sempre contou com o seu apoio e que, mais uma vez, contou com a sua presença. É lá, entre beijinhos e abraços aos voluntários que tão bem conhece, que Marcelo Rebelo de Sousa compra o que oferece no Natal.
“Os poucos presentes de Natal compro aqui. Na minha família temos a tradição de cada um só dar um presente a um membro da família. Jantamos no dia 1 de dezembro e sorteamos. Damos um presente... Adotamos esse sistema, porque a família já está muito grande e não era possível cada um dar presentes a todos.”
Porém, para Marcelo Rebelo de Sousa mais importante do que os presentes é a reunião da família, que se junta à mesa na noite do dia 24. “Somos muitos”, diz o Presidente da República que, este ano, não contará com a companhia do filho durante a quadra natalícia.
A viver no Brasil, Nuno Rebelo de Sousa esteve, segundo o pai, recentemente em Portugal e, por isso, o Natal deverá ser passado do outro lado do Atlântico com a mulher e a filha, Maria Eduarda, de 3 anos. “Vêm os quatro [netos] portugueses com a minha nora portuguesa [Rita Sousa Coutinho]”, contou, referindo-se a Francisco, de 13 anos, Maria Teresa, de 11, Maria Madalena, de 9, e Maria Luísa, de 7, que também vivem no Brasil.
Apesar de passarem pouco tempo com o avô, este ano, os netos do presidente vão ter de o partilhar com as populações atingidas pelos incêndios. Homem de palavra, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou cair no esquecimento a promessa que fez em julho, durante uma homenagem às vítimas dos fogos de Pedrógão Grande.
“No dia 24, a seguir à ceia, parto e dia 25 estou lá, na área que ardeu em junho. Depois, o fim do ano é que não passo com a família, porque estou nos dias 31 e 1 na área que ardeu em outubro. Tenho um programa para Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra e para Pedrógão. E nos dias 31 e 1 ainda estamos a fixar – porque são muitos municípios – quais serão os concelhos a visitar.”
Certamente que, por lá, Marcelo Rebelo de Sousa irá encontrar o afeto e a gratidão de quem deseja retribuir o gesto do presidente, que em diferentes ocasiões, fez questão de estar junto das vítimas dos incêndios. É nelas que pensa quando, na visita à Feira Rastrillo, responde qual seria, para ele, o melhor presente de Natal:
“O verdadeiro presente de Natal era a garantia de que para o ano não haverá tragédias como as deste ano. E, já agora, que também não haverá seca. Era um grande presente, mas não sei se alguém me pode dar por antecipação..."