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Luís Figo, Rui Costa e José Mourinho vão testemunhar no processo Taguspark
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Redação Lux em 13 de Fevereiro de 2013 às 13:46
Os ex-futebolistas Luís Figo, Rui Costa e Sá Pinto e o treinador José Mourinho são algumas das testemunhas do processo Taguspark, no qual Rui Pedro Soares e mais dois arguidos estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.

O caso começa a ser julgado na quinta-feira no tribunal de Oeiras e entre as testemunhas arroladas estão também os administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o director do Diário Económico, António Costa, e o advogado Paulo Penedos, arguido do processo Face Oculta, entre outros.

Isaltino Morais vai igualmente sentar-se no banco das testemunhas e volta a ser ouvido pelo procurador do Ministério Público, Luís Eloy, que é o procurador do processo no qual o presidente da câmara de Oeiras está acusado de crimes de fraude fiscal e de branqueamento de capitais.

De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do pólo tecnológico de Oeiras, Américo Tomatti, à data dos factos presidente da comissão executiva do Taguspark, e João Carlos Silva, antigo administrador do pólo, estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.

Em causa estão contrapartidas que a PT e a Taguspark terão dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao ex-futebolista Luís Figo para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de setembro de 2009.

O Ministério Público considera que Rui Pedro Soares "pôs em execução uma estratégia para obter o apoio à candidatura do PS" através do contrato de cedência de direitos de imagem do ex-futebolista ao Taguspark, no valor de 750 mil euros.

"A formalização destes negócios era, nos termos genericamente acordados entre Rui Pedro Soares e Luís Figo (...) determinante da concretização do apoio deste ultimo à referida campanha político-partidária", refere a acusação.

De acordo com o MP, após a formalização do acordo, Luís Figo concedeu uma entrevista ao Diário Económico, no qual fez uma avaliação "muito positiva" do trabalho do governo socialista e afirmou que era "preciso garantir a estabilidade e continuidade das decisões que foram tomadas, para que a entrada de um novo governo não signifique que se começa tudo outra vez de início".

O MP lembra ainda um pequeno-almoço entre José Sócrates e o ex-futebolista a dois dias do ato eleitoral, no qual Luís Figo terá elogiado o governante.

Este apoio, indica o documento, concretizado em dois atos públicos supra identificados constituiu o beneficio para a candidatura político-partidária que apoiavam, pretendido por Rui Pedro Soares, João Carlos Silva e Américo Thomati e, para o qual, haviam logrado fazer aprovar, pela comissão executiva do Taguspark, nos moldes descritos, em conjugação de esforços, o contrato de cedência de imagem, celebrado com a sociedade detentora dos direitos de imagem e Luís Figo e de que este é beneficiário.

O MP considera que os arguidos "sabiam ser administradores de uma sociedade de capitais maioritariamente públicos" e que no exercício das suas funções ao realizarem o contrato com Luís Figo "determinaram-se por interesses estranhos à sociedade Taguspark, utilizando-a para beneficiarem terceiros.

Em declarações à agência Lusa, o advogado de Rui Pedro Soares (ex administrador da PT e atual presidente do clube Belenenses), Carlos Soares, disse estar satisfeito por o caso chegar finalmente a julgamento, adiantando que se irá "demonstrar a inocência" do seu constituinte.

O processo Taguspark foi investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa na sequência de uma certidão extraída do processo Face Oculta, também relacionado com crimes económicos.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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