PUB
PUB
Nacional
Livro conta carreira de Amália, em quatro línguas
Amália (1999)
Redação Lux em 14 de Dezembro de 2013 às 15:40
O «melhor prémio que Amália Rodrigues recebeu foi o reconhecimento e o aplauso do público», escreve Samuel Lopes, autor de um livro sobre a fadista, com quatro CD e 100 temas, agora publicado pela Sevem Muses.

Intitulada «Amália Rodrigues - Antologia», a obra é editada em português e inclui versões em inglês, espanhol e francês, «de modo a facilitar a compreensão aos públicos estrangeiros que continuam interessados em conhecer aquela que é um das nossas maiores vozes de sempre», explicou Samuel Lopes.

O autor, em declarações à Lusa, reconhece que «é uma curta biografia, mas regista o essencial de uma carreira fulgurante».

«Por muito que se escreva, muito mais ficará ainda por escrever sobre a senhora dona Amália, como é conhecida no meio fadista, uma mulher que se deixou levar pela sua voz e que marcou todos que com ela se cruzaram», escreve o Samuel Lopes.

À Lusa, o autor afirmou que esta «minibiografia» é «um ponto de partida, uma abordagem a uma carreira longa e cheia, que poderá levar as pessoas a pesquisar mais».

A biografia daquela que «foi considerada o expoente máximo do fado» é traçada em grandes etapas, desde a infância na década de 1920, no seio de uma família humilde com origens na Beira Baixa, até à sua morte em outubro de 1999, celebrando 60 anos de carreira artística que «tem inspirado todas as gerações que lhe seguiram».

Samuel Lopes qualifica Amália Rodrigues como «sublime fadista», e traça o percurso daquela que foi considerada, em 1959, pela revista norte-americana Variety, uma das quatro melhores vozes do mundo.

No texto é referida a ida a Madrid, as temporadas brasileiras, as presenças nos palcos norte-americanos e mexicanos, a possibilidade de filmar em Hollywood, os prémios no MIDEM, em Cannes, e o palco do Olympia que Amália considerou «decisivo» para a sua carreira internacional, que a levaria aos teatros de Israel ao Japão, e da ex-URSS à Argentina, passando pela China e pelo Líbano.

A obra inclui, aliás, o concerto da fadista em 1957 naquele palco parisiense da rua das Capucînes, o primeiro de muitos, tendo-se tornado figura habitual das temporadas da sala gerida por Bruno Coquatrix, e posteriormente pelos herdeiros.

Samuel Lopes divide os quatro CD que integram a edição, cada um com 25 temas, em «Fado», «Cinema e Teatro», «Fado e Canção» e «Olympia e Espanhol».

Em «Fado» registam-se temas de diferentes épocas da fadista, desde «Ai, Mouraria», criado no Brasil, de Amadeu do Vale e Frederico Valério, à canção de Coimbra com «Fado Hilário», passando por «Lago», de Luís Macedo e Alain Oulman, e «Ave Maria fadista», de Gabriel de Oliveira e Francisco Viana.

O segundo CD, «Teatro e Cinema», regista alguns dos temas que a fadista criou como «Boa Nova», da revista homónima estreada em 1942, «Amor sou tua», do filme «Sangue Toureiro» e «Fado Malhoa», da série de pequenos filmes realizados por Augusto Fraga.

O CD «Fado e Canção» inclui «Foi Deus», de Alberto Janes, «Fado Xuxu», criado no Brasil por Amadeu do vale e Frederico, e ainda vários temas do repertório brasileiro como «Trepa no coqueiro» e «Saudade de Itapuã».

O último CD, além do concerto no Olympia do qual se registaram 14 temas, entre ao quais «Uma casa portuguesa» e «Fado Amália», inclui 11 temas em espanhol como «Lerele», «Don triqui traque» e a ranchera mexicana «Fallaste corazón».

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção