A comissão que define as idades recomendadas para os filmes exibidos em Portugal admite rever a classificação etária do filme «Avatar» após vários neurologistas terem alertado para os eventuais perigos do efeito 3D nas crianças.
A confirmar-se, este poderá ser o segundo caso de revisionamento de um filme pela Comissão de Classificação de Espectáculos (CCE) em menos de um mês.
Durante o período natalício, o filme «Conto de Natal», também em 3D, classificado inicialmente para maiores de 6 anos, obrigou à reclassificação para 12 anos, devido à perversidade física de alguns personagens, aumentada pelo efeito a três dimensões, «susceptível de provocar medos e pavores nas crianças».
«Sempre que há reclamações do público ou outras revemos a classificação etária de um filme», disse à Lusa António Xavier, presidente da CCE, organismo da Inspecção Geral de Actividades Culturais (IGAC) responsável pelo visionamento e classificação da idade recomendável dos filmes para cinema.
Em relação ao Avatar, o alerta foi lançado na semana passada pela neurologista Teresa Paiva, que considerou preocupante que crianças muito pequenas assistam a filmes com o sistema 3D, devido à «forte estimulação sensorial provocada».
«Fico contente que a Comissão de Classificação de Espectáculos (CCE) reveja a classificação do filme porque é uma questão de senso comum.» Esta é a reacção de Teresa Paiva, neurologista, que na passada semana alertou para o facto de filmes exibidos em 3D.
António Xavier afirma respeitar a opinião dos clínicos e admite que a comissão a que preside venha a fazer novos visionamentos do filme, no sistema 3D e no normal. Face ao resultado, as salas de cinema poderão ter de afixar uma advertência ao público quanto aos efeitos eventualmente suscitados pelo efeito 3D.