PUB
PUB
Nacional
Sérgio Godinho, Luísa Sobral e Batida juntos em Lisboa pelos Direitos Humanos
Sérgio Godinho
Redação Lux em 7 de Dezembro de 2013 às 09:37
Sérgio Godinho, Luísa Sobral e Batida juntam-se na terça-feira em Lisboa, num espetáculo promovido pela Amnistia Internacional Portugal, para recordar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada há 65 anos.

O espetáculo «Live Freedom II», no Teatro Tivoli, acontece no Dia Internacional dos Direitos Humanos e, além da atuação dos dois músicos e do projeto luso-angolano Batida, incluirá a divulgação da «Maratona de Cartas», uma campanha que consiste no envio significativo de cartas em defesa de vítimas de violação dos Direitos Humanos.

Pedro Coquenão, mentor de Batida, afirmou à agência Lusa que, se pudesse, propunha «uma carta aberta ao presidente de Angola e a todos os cúmplices nacionais. Estaria sempre actual».

A esta carta juntaria ainda «a carta que Durão Barroso declinou escrever» sobre o angolano Manuel Nito Alves, de 17 anos, detido em setembro por ter encomendado a impressão de camisolas em que apelidava o Presidente angolano José Eduardo dos Santos de «ditador nojento».

O músico propunha também «uma carta para substituir o voto reprovado pela monstruosa maioria da Assembleia da República portuguesa, excepto por uns raros deputados socialistas e pelo partido proponente, o Bloco de Esquerda, condenando, entre outros casos, a morte de Cassule e Kamulingue, dois jovens que pretendiam organizar uma manifestação, ou a recente morte de Manuel Ganga, por colar cartazes que denunciavam esta situação».

Pedro Coquenão considera que o seu compromisso enquanto músico e «cidadão comum» é ser livre, fazer o que gosta por convicção e partilhar com os outros: «Nuns casos isso implica reagir, provocar, denunciar de forma mais ou menos objectiva. Noutros não. A liberdade na sua forma de se exprimir é, para mim, o maior papel de um artista. É político que chegue».

Sérgio Godinho, membro da Amnistia Internacional Portugal, disse à Lusa que aceitou participar no espetáculo por considerar que a organização trabalha com temas que lhe são sensíveis, como a injustiça e a intolerância.

Na Maratona de Cartas, o músico dá a cara pelo jornalista etíope Eskinder Nega, condenado a 18 anos de prisão por criticar o governo e pedir que a liberdade de expressão seja respeitada no seu país: «É um um homem de grande coragem, de afrontar o regime e de não se demitir apesar das perseguições».

Em 2012, aquela iniciativa contou com o envio de mais de 42.800 cartas de Portugal.

Para Sérgio Godinho, os portugueses não se podem preocupar só com os seus problemas: »Fazemos parte do mundo e temos gente injustiçada e muito perseguida em todo o mundo. Se não olharmos também para fora, não podemms olhar para nós próprios».

Luísa Sobral apadrinhará o caso do ativista bielorusso pelos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgéneros) Ihar Tsikchanyuk, que foi agredido por polícias, apenas por ser homossexual.

«Na verdade, todas as histórias me tocaram, mas esta em particular, porque acho que não se fala o suficiente sobre estas coisas que ainda acontecem. Não se pode amar quem quer», afirmou a cantora à agência Lusa, revelando que, para o espetáculo de terça-feira, está a preparar um alinhamento apropriado à temática dos Direitos Humanos.

A apresentação do «Live Freedom II» ficará por conta dos humoristas Nuno Markl e Vasco Palmeirim.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção