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Nacional
Cuca Roseta canta o novo álbum, «Raiz», no Mosteiro dos Jerónimos
cuca roseta facebook
Redação Lux em 6 de Maio de 2013 às 10:02
A fadista Cuca Roseta, que apresenta o seu novo álbum, «Raiz», na segunda-feira, afirmou à Lusa que «o fado é a procura da verdade», refletindo, este disco, essa busca.

«Raiz», constituído por 14 temas, maioritariamente de autoria - letra e música - de Cuca Roseta, é apresentado segunda-feira, às 18:30, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, «um local simbólico da coragem e força dos portugueses, que faz sentido evocar, numa altura de baixa autoestima e autoconfiança nacionais», justificou a intérprete.

A fadista afirmou à Lusa que o fado é a sua «paixão», um género que «não é superficial, é muito profundo, não é para mostrar voz».

«O fado ¿ afirmou ¿ é a voz da alma, exige silêncio para se ouvir porque é reflexivo».

«Estudo muito o fado, vou muito aos antigos, aprofundo o que faço», disse

Referindo-se ao facto de assinar a letra e música de dez temas e ainda a música para um poema de Florbela Espanca e duas letras, para quais compuseram André Sardet e Pedro Lima, Cuca Roseta afirmou que o processo «surgiu de forma natural».

«As músicas que compus para o primeiro disco tiveram boa aceitação e muitas pessoas pediam-me para compor mais, e comecei por tentar fazer um fado menor, e um a um foram surgindo naturalmente», disse a intérprete.

«Tentei fazer uma marcha, depois escrever uma letra sobre a Amália [Rodrigues], em seguida compor um fado menor, que é o meu preferido, e depois um mais alegre, e foi uma surpresa pois fui criando e foi surgindo», contou.

No álbum, «queria falar do fado, do que sinto e como me expresso no fado, o que ele representa para mim, que é tudo; queria falar de Lisboa e de Amália, é claro», disse a fadista.

«Fado do Cansaço» abre o CD, que inclui ainda o «Fado da Essência», o «Fado do Contra», «Fado do Abraço», «Fado Proibido» e o «Fado do Perdão», entre outros, como a «Marcha da Esperança», uma homenagem à fadista Amália Rodrigues, falecida em outubro de 1999.

Além de Cuca Roseta, os dois autores escolhidos são o chef José Avillez, que Tozé Brito musicou, e Florbela Espanca, poetisa que a fadista considera «imprescindível» nos seus discos e da quem escolheu o «Fado da Vaidade», que musicou.

«O tema da Florbela é como olhar-me ao espelho, pois é um atrevimento escrever, compor e lançar um álbum, e no poema ela afirma que é a poetisa eleita, aquela que diz tudo e tudo sabe, até que acorda do sonho e nas suas palavras afirma: não sou nada», disse a intérprete.

«Quanto ao chef Avillez, ele escreveu um poema de índole católica, o que me levou a escolhê-lo, e também porque no anterior álbum também encerrei com o fado «Avé Maria», e é algo que faz parte da minha vida», disse.

«Cada um destes temas conta uma história de vida que se passou comigo, e as outras pessoas acabam por se encontrarem também nelas e partilhá-las», sustentou.

A fadista é acompanhada, no álbum, por cinco guitarristas - Bernardo Couto, Luís Guerreiro, Eurico Machado, José Manuel Neto e Bruno Costa -, por Pedro Pinhal, em viola, e pelo contrabaixista Rodrigo Serrão.

Segunda-feira, nos claustros dos Jerónimos, Cuca Roseta será acompanhada por Bernardo Couto e Luís Guerreiro, na guitarra portuguesa, Bruno Costa, na guitarra de Coimbra, Pedro Pinhal, na viola de fado, e Frederico Gato, no baixo acústico.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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