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Júlia Pinheiro «Abomino a ideia do príncipe encantado»
Júlia Pinheiro (imagem TVI)
Redação  com IP em 5 de Maio de 2009 às 17:37
«Quando desceu ao riacho, mantilha na cabeça e coração aos pulos, Maria da Glória não sonhava que aquele encontro fortuito com o macho da aldeia iria marcar para sempre a sua vida. Esperava sair dali com namoro anunciado e quem sabe até com casamento marcado. Saiu à pressa, com a roupa ensanguentada, as entranhas viradas e a semente de Maria da Purificação na barriga. Estava lançado o destino das mulheres desta família na qual as palavras prazer, carinho, paixão e amor permanecerão para sempre um mistério».

O excerto é retirado do livro «Não sei nada sobre o amor», o primeiro romance de Júlia Pinheiro. A apresentadora de «As Tardes da Júlia» estreia-se na escrita com uma história sobre uma saga familiar que se inicia nos anos 30, década em que «os sentimentos eram infortúnio e o prazer uma pouca-vergonha.»



«Não sei nada sobre o amor» traça o retrato de quatro gerações de mulheres ao longo de quase 70 anos através do olhar de Maria da Glória, a avó, Maria da Purificação, a filha divorciada, Ana Clara, a neta mãe solteira, e Benedita, a bisneta que apesar de todas as expectativas, não se casa com nenhum príncipe encantado.

Aliás para a autora o estereótipo de um príncipe montado num cavalo branco é desprezível: «Abomino a ideia do príncipe encantado. Sou contra. Se existir algum vamos abatê-lo».

A apresentadora apostou numa história de amores infelizes vividos no feminino porque acredita que «a maior parte das histórias de amor não são felizes. E mesmo as que são têm momentos de grandes vicissitudes. As vivências das minhas raparigas não são muito boas. É um livro que fala das dificuldades que temos na vida quando, às vezes, fazemos escolhas que vão para lá da nossa vontade. É um embrulho. Uma chatice.»

O livro, que vendeu 20.000 exemplares em apenas uma semana, e já vai na 2ª edição foi revisto por um homem e dedicado a outro homem: «Foi revisto pelo meu marido e dedicado ao meu pai».

Entrevista: Irene Pinheiro

Imagem: Manuel Lino
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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