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Casos sub-diagnosticados de hipertensão pulmonar
Pulmões do Idade Maior
Redação Lux em 28 de Julho de 2010 às 16:54
A Hipertensão Pulmonar é uma doença rara, crónica e se não for tratada tem um mau prognóstico. A dificuldade no diagnóstico subentende que haja ainda casos por diagnosticar.

«Pela dificuldade de diagnóstico, somos levados a crer que haja casos de hipertensão pulmonar (HAP) ainda não diagnosticados», disse Graça Castro, assistente hospitalar graduada do Hospital da Universidade de Coimbra, sublinhando que apesar de tudo, começa a haver alguma sensibilidade nesta área e o sub-diagnóstico tende a ser cada vez menos frequente.

Os sintomas mais habituais da HAP são o cansaço e a falta de ar, no entanto o diagnóstico da forma idiopática de HAP (sem causa conhecida), é feito por exclusão. Ou seja, explica a especialista, «temos que excluir todas as outras causas para poder concluir que se trata de HAP na forma idiopática». Graça Castro acrescenta ainda que, «é necessária experiência para trabalhar com as diferentes técnicas de diagnóstico e muitas vezes é preciso conjugar o contributo de várias especialidades/colegas para confirmar o diagnóstico e também para a avaliação da resposta à terapêutica.

Segundo Graça Castro, esta área tem a particularidade de agregar à sua volta, profissionais de diferentes especialidades. «Não só aprendemos uns com os outros, como se torna um desafio, pois às vezes é difícil reunir as especialidades para trabalharem para um objectivo comum».

Depois de confirmado o diagnóstico, a terapêutica permite melhorar a qualidade de vida dos doentes e por outro lado aumentar a sobrevida. «Considero muito importante manter os dois objectivos: Mais vida e melhor vida», salienta a profissional.

«Os medicamentos que temos ao nosso dispor já são capazes de ajudar os doentes nessas duas vertentes. Perspectivamos que em breve estejam disponíveis mais opções terapêuticas que vão permitir alargar essa ajuda», refere, alertando que é de extrema importância o correcto diagnóstico, pois se o doente não estiver bem diagnosticado o tratamento será mal instituído.

Após a instituição terapêutica é de importância vital avaliar os resultados. Graça Castro conta que «é preciso saber adequar os diferentes fármacos a cada caso individual, pois os doentes não respondem todos da mesma maneira ao tratamento».

Os resultados terapêuticos destes doentes precisam de ser analisados frequentemente, no sentido duma atitude proactiva que permita alterar a terapêutica em curso quando não são atingidos os objectivos.

De entre os fármacos disponíveis uns são administrados por via oral, outros por via subcutânea contínua, também pela via endovenosa e, por fim pela via inalatória. «Esta é outra particularidade da doença: existe medicação que exige um treino específico, não só do doente como do pessoal médico e de outros técnicos de saúde envolvidos, nomeadamente os enfermeiros», diz. Estes últimos podem ter um papel muito importante nesta área da HAP e muito em particular no campo da administração das diferentes terapêuticas, que exige conhecimento e experiência.

Apesar de a via de administração poder ser menos simples, a experiência mostra que, «quanto pior o doente estiver melhor vai aderir à terapêutica, ainda que não seja sempre tão linear, já que alguns tratamentos exigem um importante contributo por parte do doente para o seu correcto cumprimento».

Contudo, nem todos os doentes têm perfil para aderir à terapêutica, mesmo precisando dela. Os resultados não são imediatos e o doente pode não se sentir motivado para a cumprir.

«É também neste campo que se torna importante o contributo de todos os profissionais de saúde que trabalham nesta área no sentido de motivar o doente para aderir a diferentes formas de tratamento», conclui Graça Castro
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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