A escola desempenha um papel muito importante na educação alimentar das crianças e dos jovens.

Com os pais a chegarem cada vez mais tarde e a más horas a casa, poucas são as refeições que a criança toma em conjunto com a sua família. Desta forma, muitas das regras para uma alimentação correcta são aprendidas durante os dias de aulas. Aqui, tudo é importante, a começar pelo aspecto físico das instalações, o ensino das regras de boa educação à mesa e, como não poderia deixar de ser, a qualidade dos alimentos disponíveis.

Tudo começa pelo arranjo do espaço físico do refeitório. A zona de refeições tem um impacto importante na forma como a criança lida com a alimentação. Qualquer refeitório deverá ser um espaço agradável, limpo e arrumado, com espaço suficiente, decoração bonita e confortável. Envolver as crianças na decoração do refeitório pode ajudar a tornar este local mais apetecível. O barulho de fundo deve ser reduzido, mas as crianças devem ser estimuladas a conversar umas com as outras, sendo de evitar as regras de «comer em silêncio». O tempo para a refeição deve também ser adequado, não colocando a criança em stress por ter de «comer depressa». Desta forma, a criança pode tomar as suas refeições tranquilamente e aproveitar para socializar com os seus colegas, um aspecto muito importante associado à alimentação.

As mesas e cadeiras devem ter um tamanho adequado à idade da criança e não deve ser esquecido que este espaço deve também poder ser frequentado por crianças portadoras de deficiência, nomeadamente com necessidade de se deslocarem em cadeiras de rodas.

A ementa escolar, para ser completa, equilibrada e variada, deve obedecer a princípios bem definidos, nomeadamente no que respeita à proporção dos diferentes grupos de alimentos e às porções médias que a criança deve ingerir por dia, por semana ou por mês.

A circular 14/2007 da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) refere explicitamente quais os alimentos que devem ser utilizados na confecção das refeições escolares.

Ainda de acordo com a mesma circular, a ementa da escola deve incluir todos os dias:

¿ Sopa de vegetais, tendo por base batata, legumes ou leguminosas. É permitida uma canja ou sopa de peixe, no máximo duas vezes por mês;

¿ Prato de carne ou peixe, em dias alternados, com os acompanhamentos básicos da alimentação, mas tendo de incluir obrigatoriamente legumes cozidos ou crus adequados à ementa. Os legumes crus devem ser servidos em prato separado;

¿ Pão de mistura;

¿ Sobremesa, constituída por fruta da época. Simultaneamente com a fruta, pode ainda ser oferecido doce, gelatina, gelado de leite, iogurte ou fruta cozida ou assada, duas vezes por semana, preferencialmente nos dias em que o prato principal é peixe;

¿ Água (única bebida permitida).

Para além disso, todas as semanas a ementa deve incluir:

¿ 1 prato de aves ou criação;

¿ 1 prato à base de leguminosas;

¿ 1 prato de peixe à posta;

¿ 1 prato de carne tipo bife, costeleta, escalope, carne assada ou estufada fatiada;

¿ Os pratos com carne ou peixe fraccionados devem ser servidos no máximo duas vezes por semana.

Finalmente, a ementa deve incluir todos os meses:

¿ 2 pratos de bacalhau;

¿ 1 prato à base de ovo, substituindo um de carne.

Qualquer ementa pode incluir fritos, uma vez em cada duas semanas.

Quando devidamente justificadas por prescrição médica, motivos religiosos ou opções alimentares (caso das crianças vegetarianas), podem ser servidas ementas alternativas, mantendo-se, sempre que possível, os grupos de alimentos presentes nesse dia. É obrigatório o uso de toalhetes de papel para os tabuleiros, de guardanapos de papel e o empacotamento dos talheres e do pão. Os guardanapos de papel deverão ser de folha dupla e com a dimensão de 33x33 cm. Os talheres devem ser em aço inox.

As ementas semanais devem ser afixadas em lugar ou lugares bem visíveis para as crianças e os pais e cabe também à escola seguir à risca estas directivas.