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Nacional
Psicólogo Eduardo Sá: 'Pais amorosos precisam de perder, de vez em quando, o norte para temperarem o coração'
Eduardo Sá
Redação Lux em 28 de Abril de 2020 às 14:11

Eduardo Sá escreveu mais um texto em que aborda o impacto da quarentena na vida das crianças e nas suas famílias.

O psicólogo desdramatiza a perda de paciência de pais e filhos evidenciando que "temos direito", pais e filhos, de acusar o cansaço diário intenso.

"Pais amorosos precisam de perder, de vez em quando, o “norte” para temperarem o coração. Precisam de arejar as fúrias. E de pôr o seu mau génio “a corar”. É da sua natureza! São quentes e calorosos. São preciosos e mágicos. São um “tornado” de bondade! Mas incansáveis?...", reflete o profissional que tem chegado ao coração de tantos portugueses.

"A grande vantagem dos pais saudáveis é que não só não passam sem os filhos como, a seguir, há um minuto “mau” em que dizem (entredentes) que lhes apetece “atirar” as crianças pela janela. Estão exaustos; de acordo? Mas porque haviam de ser perfeitos quando, todos os dias, dão provas de serem melhores pais do que alguma vez imaginaram que seriam?...", remata.

Leia aqui o post na íntegra:

Temos direito a estar “fartos" de “aturar” os nossos filhos? Fartos como se a quarentena os estivesse a “tirar do sério” e a levar além do “limite”, muito para lá do que, alguma vez, imaginámos que podia acontecer? Temos! E fartos de “contar até 100” para não nos esganiçarmos com o caos em que está a nossa sala, tantos são os brinquedos espalhados pelo chão? Também. E fartos por eles estarem fartos de estar em casa e nós fartos de estar fartos e ficarmos, ainda, + fartos por não haver meio de sairmos disto? Pode crer!
 

E, chegados aqui, como havemos de fazer para resistir, de forma equilibrada, à quarentena? Equilibrada? Equilibrada no sentido de não berrarmos ou de dizer impropérios (para dentro...) enquanto “amaldiçoamos” tudo? Equilibrada de, respirarmos fundo, antes de “arrancarmos cabelos” quando damos conta que a plasticina que os nossos filhos estavam a moldar se esticou até ao sofá e parece crescer em todo o lado? Ou equilibrada de fazermos um sorriso bucólico quando o bolo de chocolate escorregou até à t-shirt; depois, saltita pelo chão; antes de se esborrachar, em pequenos “apontamentos” de migalhas, contra a parede? Não há como! Não somos de ferro.

 

Pais amorosos precisam de perder, de vez em quando, o “norte” para temperarem o coração. Precisam de arejar as fúrias. E de pôr o seu mau génio “a corar”. É da sua natureza! São quentes e calorosos. São preciosos e mágicos. São um “tornado” de bondade! Mas incansáveis?... E terem “nascido” para serem pais “fechados em casa”, 24x7, todas as semanas, uma quarentena inteira? Com todos muito “aconchegadinhos” uns aos outros e connosco a “espalhar” paciência pela sala? Não!! A grande vantagem dos pais saudáveis é que não só não passam sem os filhos como, a seguir, há um minuto “mau” em que dizem (entredentes) que lhes apetece “atirar” as crianças pela janela. Estão exaustos; de acordo? Mas porque haviam de ser perfeitos quando, todos os dias, dão provas de serem melhores pais do que alguma vez imaginaram que seriam?...

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Temos direito a estar “fartos" de “aturar” os nossos filhos? Fartos como se a quarentena os estivesse a “tirar do sério” e a levar além do “limite”, muito para lá do que, alguma vez, imaginámos que podia acontecer? Temos! E fartos de “contar até 100” para não nos esganiçarmos com o caos em que está a nossa sala, tantos são os brinquedos espalhados pelo chão? Também. E fartos por eles estarem fartos de estar em casa e nós fartos de estar fartos e ficarmos, ainda, + fartos por não haver meio de sairmos disto? Pode crer! E, chegados aqui, como havemos de fazer para resistir, de forma equilibrada, à quarentena? Equilibrada? Equilibrada no sentido de não berrarmos ou de dizer impropérios (para dentro...) enquanto “amaldiçoamos” tudo? Equilibrada de, respirarmos fundo, antes de “arrancarmos cabelos” quando damos conta que a plasticina que os nossos filhos estavam a moldar se esticou até ao sofá e parece crescer em todo o lado? Ou equilibrada de fazermos um sorriso bucólico quando o bolo de chocolate escorregou até à t-shirt; depois, saltita pelo chão; antes de se esborrachar, em pequenos “apontamentos” de migalhas, contra a parede? Não há como! Não somos de ferro. Pais amorosos precisam de perder, de vez em quando, o “norte” para temperarem o coração. Precisam de arejar as fúrias. E de pôr o seu mau génio “a corar”. É da sua natureza! São quentes e calorosos. São preciosos e mágicos. São um “tornado” de bondade! Mas incansáveis?... E terem “nascido” para serem pais “fechados em casa”, 24x7, todas as semanas, uma quarentena inteira? Com todos muito “aconchegadinhos” uns aos outros e connosco a “espalhar” paciência pela sala? Não!! A grande vantagem dos pais saudáveis é que não só não passam sem os filhos como, a seguir, há um minuto “mau” em que dizem (entredentes) que lhes apetece “atirar” as crianças pela janela. Estão exaustos; de acordo? Mas porque haviam de ser perfeitos quando, todos os dias, dão provas de serem melhores pais do que alguma vez imaginaram que seriam?...

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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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