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Yellow Star Company escreve Carta Aberta ao Primeiro-Ministro
Yellow Star Company escreve Carta Aberta ao Primeiro-Ministro
Redação Lux em 15 de Março de 2021 às 12:11

A Companhia Yellow Star divulgou uma carta aberta ao Primeiro-Ministro em que chama a atenção para a difícil situação que o setor da cultura e espetáculos atravessa e pede que sejam revistas e antecipadas as medidas de desconfinamento.

“CARTA" ABERTA AO SR. PRIMEIRO MINISTRO

(ou CHAMEM O VAR PARA DECIDIR ESTA "JOGADA", ou ainda NÃO FOMOS NÓS QUE FIZEMOS FALTA NA ÁREA DO ADVERSÁRIO!)

Caro Sr. Primeiro Ministro,

Faz hoje precisamente um ano que nós (equipa da Yellow Star Company) confinámos.
Um enorme vazio, incerteza, medo, incredulidade invadiu o nosso espírito nesse dia. Para sermos honestos, nem sabíamos bem o que significava essa "tortuosa" (ainda que salvadora) palavra, que agora não há quem desconheça: desconfinamento!
Tanto se passou desde então que seria impossível retratar tudo aqui. Na verdade, nem sequer é esse o propósito desta "carta" aberta.
A razão de ser desta missiva é a de destacar, um ano depois, o que nos vai na alma. Já não é tanto o medo (que naturalmente ainda temos), nem o vazio (que acabámos por nos habituar) ou a incerteza, (apesar de a vivermos), mas é, sobretudo, para dizer que, 12 penosos meses depois, encontramo-nos incrédulos como nunca!
Incrédulos, mas, como se pode constatar, não estamos sem palavras...
Que aqui ficam.
Depois de termos sido (a Cultura) os últimos a desconfinar! Depois de termos visto a nossa actividade reaberta com apenas 50% da lotação.
Depois de nos ter sido imposto um rol de medidas de segurança, com os custos que as mesmas implicam.
Depois de termos sido sujeitos à alteração abrupta e compulsiva dos horários dos espectáculos!
Depois de termos sido privados, durante dois meses, de trabalhar aos fins de semana, que são "só" os dias mais fortes, em termos de receita!
Depois de termos TODOS percebido que as salas de espectáculos são dos locais mais "seguros"!
Depois de tudo isto, somos agora novamente confrontados com um desconfinamento em que o teatro volta a ser tratado como se fosse um dos "7 bichos papões"... apesar de nunca o ter sido.
Depois de tudo isto, decidimos dizer que estamos incrédulos e que não nos conformamos, que queremos abrir já. Não porque somos inconscientes, mas porque temos a noção que a vida tem mesmo de continuar (e com todos os cuidados possíveis), mas TEM MESMO de continuar, senão... acaba. Senão, acabamos! E mais um mês sem facturar é cavar mais uns metros neste fosso onde nos encontramos e de onde não sabemos quando regressaremos, pelo que todos os dias contam, todas as sessões nos fazem muita falta!
E porque achamos que temos razão no que estamos a solicitar, decidimos fazer uma espécie de gráfico comparativo entre as escolas que, como sabemos não são considerados espaços de risco e as salas de espetáculos que, como ficámos novamente a perceber, ainda são zonas de risco elevado (?!).
Deixo à sua consideração o estudo escrupuloso deste gráfico, na certeza de que o mesmo não o poderá deixar indiferente, eventualmente, ficará tão incrédulo quanto nós estamos, no que respeita à data que foi atribuída para a reabertura das salas de espetáculos.
Se nos permite, Sr. Primeiro Ministro, gostávamos que revisse esta decisão, e que fizesse uma espécie de análise "à la" VAR futebolístico, pedindo para que esta "jogada" fosse revista, pois está claramente ferida de "ilegalidade desportiva"!
Se nos permite mais uma metáfora futebolística: não fomos nós que fizemos falta na área do adversário! Pelo que o cartão vermelho é injusto. Queremos jogar já no próximo fim de semana!

Certo da sua atenção, com os melhores cumprimentos,

YSC 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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