A coroação de Carlos, com todos os pormenores que uma cerimónia deste tipo implica, está já a ser preparada. Apesar de não haver uma data definida para esse dia, nada pode ser deixado ao acaso e, por isso, segundo o Daily Mail, a operação Golden Orb (ou Esfera Dourada) já está em marcha. Neste dia, espera-se que Carlos e Camilla sejam coroados lado a lado, ao contrário do que aconteceu na coroação de Isabel II, que foi coroada sozinha e, apenas no final, o marido, se ajoelhou perante ela para lhe jurar obediência, amor e lealdade. No caso de Carlos e Camilla tudo será diferente, até porque o duque de Edimburgo recebeu o título de príncipe consorte e a duquesa da Cornualha, seguindo o desejo de Isabel II, será rainha consorte. A cerimónia decorrerá, como é tradição, na Abadia de Westminster, mas será mais curta e muito menos dispendiosa do que a de Isabel II, em 1953.
Carlos já fez saber que deseja uma cerimónia mais simples e moderna, que traduza o tipo de rei que pretende ser, mais representativa de diferentes comunidades, grupos e credos, para que possa espelhar a Grã-Bretanha de hoje. Também o tempo entre ser empossado e ser coroado será diferente. Enquanto Isabel II esperou 16 meses para a cerimónia, Carlos apenas terá de esperar um ano após subir ao trono. Na altura, assistiu-se a uma procissão de carruagens com cerca de 8000 dignatários e participaram mais de 40 mil tropas na parada, incluindo os 30 mil que criaram um cordão de segurança pelas ruas. A cerimónia, a primeira a ser transmitida pela televisão, durou mais de três horas e implicou que a rainha trocasse várias vezes de roupa. Carlos não quer o mesmo luxo da cerimónia da mãe e espera-se que apenas sejam convidadas cerca de 2000 pessoas.
O príncipe pretende uma monarquia reduzida e acredita-se que, depois da coroação, apenas se vejam os novos reis ao lado de William, Kate e os três filhos, no balcão do Palácio de Buckingham.
No entanto, há tradições que se vão manter. Camilla envergará a coroa criada para Elizabeth, a mãe de Isabel II, e também rainha consorte, usada na coroação do marido, o rei George VI, em 1937. A peça é composta por platina e 2800 diamantes, alguns deles da coleção da rainha Victoria, oferecidos em 1856 pelo sultão da Turquia. A coroa tem ainda quatro flores de lis e quatro cruzes. A da frente, segura o diamante Koh-i-Noor, que pertenceu às coroas da rainha Alexandra e da rainha Mary. A coroa pode separar-se da faixa e do chapéu de veludo púrpura. Elizabeth usou-a completa na coroação do marido e, mais tarde, fora do arco, nas sessões de abertura do parlamento e na coroação da filha, Isabel II. Camilla será a próxima a exibi-la. Espera-se também que Carlos e Camilla façam um percurso pelas ruas na Carruagem de Ouro, que está a ser reparada para o Jubileu de Isabel II, em junho. A carruagem, com 240 anos, já foi descrita pela rainha como “horrível” a nível de conforto. Por isso, além de algumas reparações na estrutura, serão incluídas almofadas confortáveis no seu interior. A verdade é que depois da coroação, a vida de Carlos e Camilla mudará. Desde logo devido à responsabilidade e maior número de atos públicos a que terão de assistir, mas também a nível logístico.
O casal deverá deixar a sua casa, Clarence House, antiga residência da rainha-mãe, e mudar-se para o Palácio de Buckingham, a residência oficial e o principal local de trabalho do monarca do Reino Unido em Londres. Uma mudança significativa, já que tanto Carlos como Camilla preferem a privacidade de que podem desfrutar em Clarence House, para além de o príncipe já ter confessado que o facto de ser uma propriedade muito mais pequena lhe agrada bastante. O príncipe e a duquesa passam também grande parte do tempo na sua casa de campo, Highgrove, em Gloucestershire, onde Carlos gosta de cultivar os seus legumes e Camilla de se dedicar à jardinagem, aos cães e aos cavalos. Ambos são apaixonados pela vida no campo. Em breve, terão de passar mais tempo em Buckingham, onde Carlos receberá o primeiro-ministro e várias visitas de Estado, e onde acontecerão a maioria dos atos oficiais. Por agora, Carlos e Camilla encontram-se em repouso em Clarence Hall e cancelaram todos os atos oficiais.
O príncipe testou positivo à covid-19 pela segunda vez e, dias depois, foi anunciado que Camilla também estava infetada. Ao contrário do marido, é a primeira vez que a duquesa da Cornualha contrai o vírus. Ambos tinham estado com Isabel II uns dias antes, mas a casa real preferiu não confirmar ou desmentir se a rainha também estará infetada.
