George Clooney deslocou-se ao Sudão para acompanhar o referendo que poderá atribuir a independência ao país.

Conhecido pela luta contra as atrocidades cometidas neste país africano, o ator fez questão de acompanhar de perto os primeiros dias da votação.

«Esta votação vai funcionar e será criado um novo país. É um acontecimento incrível», disse à AFP na cidade de Juba.

Apesar de o referendo só ter começado este domingo, devendo estender-se durante mais uma semana, Clooney está no Sudão desde quinta-feira, demonstrando assim a sua total dedicação à causa.

A participação no referendo tem sido «muito forte» em todo o sul do Sudão, desde o dia de abertura das urnas, mas já foram registados alguns incidentes.

O ator também faz parte do programa «Sattelite Sentinel Project», uma iniciativa que, junta ainda o Google, a ONU e a Universidade de Harvard e que consiste num sistema de aviso prévio para violações dos direitos humanos no país, sendo uma importante «arma» de desencorajamento dos abusos.

«Somos os paparazzi antigenocídio», descreveu o ator à revista norte-americana «Time».

«Queremos que eles tenham o nível de atenção de uma celebridade. Atenção que eu normalmente tenho. Se sabemos que as nossas ações vão ser seguidas pela imprensa, tendemos a comportar-nos de modo muito diferente do que quando operamos num vácuo», disse ainda Clooney.

No site http://www.satsentinel.org/ o actor explica que antes, o Governo de Cartum podia negar que não estava envolvido nos massacres porque não havia fotógrafos a registar o que se passava no terreno. Agora o cenário é diferente.

Para o referendo estão registados cerca de 4 milhões de habitantes do sul do país. O referendo é aguardado desde o acordo de paz alcançado em 2005, que acabou com a guerra norte-sul, embora existam ainda muitas zonas instáveis.