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Internacional
Aos 33 anos Elizabeth Debicki, que trocou a dança pela representação, tem mostrado toda a sua versatilidade enquanto atriz
Elizabeth Debicki Foto: Dior
Redação Lux em 15 de Abril de 2024 às 18:00

A carreira começou da melhor maneira, quando, em 2013, Baz Luhrmann escolheu uma recém-saída Elizabeth Debicki da escola de teatro para o elenco do filme “O Grande Gatsby”, ao lado de Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire. Foi a primeira vez que viajou para Los Angeles. Desde logo saltou à vista a qualidade de estrela, que se intensificou ainda mais quando vestiu a pele da princesa Diana na série “The Crown”. Um retrato que já lhe valeu um troféu no Festival de Cannes, um Globo de Ouro e um Screen Actors Guild, e que lhe poderá dar também um galardão como Melhor Atriz Secundária em série nos BAFTA da televisão, que se realizam em maio. Debicki interpretou a Diana mais madura nas duas últimas temporada da série dramática do criador Peter Morgan, no período em que a princesa de Gales tenta traçar um novo e mais independente rumo para a sua vida.

Ao retratar uma das mulheres mais icónicas do século XX, Debicki entendeu que a sua performance seria cuidadosamente examinada. “É uma pressão enorme como atriz, porque há a responsabilidade de fazer justiça ao legado daquela pessoa.” No entanto, a atriz gosta de desafios e, às características físicas muito semelhantes, juntou-se uma transformação que a acompanhou durante algum tempo: “Quando terminei, aquela pessoa ainda estava absolutamente ativa no meu cérebro. O meu telefone e computador estão cheios de imagens dela, quando vejo, sinto um choque engraçado e triste. Acho que está a começar o processo de ela já não ser a coisa mais ativa no meu cérebro. Fiz muito trabalho de casa para tentar entender as suas camadas. Foi assustador, porque, num nível puramente humano, vejo fotos de Diana e acho-a extraordinária, tão linda e tão luminosa”, disse à revista Queue.

A aparência de Elizabeth Debicki também não deixa ninguém indiferente. A profundidade do olhar azul-celeste, a pele de porcelana, as maçãs do rosto salientes e, sobretudo, a altura saltam à vista: “Nem sei se tenho realmente 1,80 m, mas é o que a imprensa diz.” Apesar de ter um trabalho que a expõe mais do que pretendia, a atriz tem ferramentas para lidar com isso. “O que faço para viver faz-me ficar muito exposta, mas somos nós quem decide o quanto nos queremos envolver com a interpretação que as outras pessoas fazem do nosso trabalho. Sou muito sensível”, diz, e por isso também se recusa a ler comentários sobre si.

A privacidade vai ainda mais longe quando se trata da sua vida amorosa. A atriz recusa-se a falar desse seu lado, porém, durante o discurso, quando venceu o Globo de Ouro, disse: “Obrigado aos criativos deste programa por me confiarem este papel, ao nosso elenco e equipa, aos meus lindos filhos de mentira, à minha mãe e ao meu pai, à Kush e ao Tommy que estão na Austrália, espero eu que em pijama a assistir a isto, e ao meu parceiro Kristian, que disse ‘não me agradeças para eu não aparecer na televisão, mas vou agradecer de qualquer maneira.” 

A atriz, que vive entre a Austrália, Londres e Los Angeles, afirma: “Como atores, somos nómadas. Nunca nos acomodamos. E isso pode ser muito desafiante para a nossa identidade, quando quem sentimos que somos está sempre a mudar.”

Elizabeth nasceu em Paris, filha de pai polaco e mãe australiana, ambos bailarinos. A atriz tinha 5 anos quando a família se mudou para Melbourne. Ela própria começou pela dança e foi essa arte que a fez perceber que queria ser atriz. “Havia uma inevitabilidade nisso. Percebi que dançava para contar histórias.” A gentileza do ballet contrasta com a disciplina que ele exige e Debicki acredita na tenacidade que a dança lhe incutiu para a preparar com rigor, não apenas para a representação como para a vida. O direito das mulheres à “representação autêntica” é algo pelo qual é apaixonada e dá a voz, e assume que consegue sentir uma sensação de impulso e mudança positiva na indústria: “Acho que as pessoas ainda estão a descobrir como fazer isso de forma honesta e orgânica. Temos muito trabalho a fazer antes  que essa autenticidade não seja considerada um desvio da norma”, diz, enaltecendo a receção da crítica nos últimos anos, aos dramas liderados por mulheres. “Precisamos de continuar a criar espaço para os diferentes pontos de vista.”

Como embaixadora da Women for Women International, uma instituição de caridade que trabalha com mulheres em zonas de guerra, a atriz viajou para o Kosovo para conhecer o trabalho que a organização faz no terreno. “O foco na mudança sustentável e na forma como a conseguem é muito inteligente e eficiente. Há uma compreensão muito profunda do facto de que, para criar mudanças na sociedade, é necessário empoderar as mulheres.”

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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