O músico Prakazrel "Pras" Michel, ex-Fugees, foi considerado culpado de 10 acusações, incluindo corrupção, decorrentes de alegações de que usou dinheiro para vender influência nos EUA.

Os promotores dos EUA disseram que Michel recebeu mais de 100 milhões de dólares do milionário malaio Jho Low, que foi usado em esforços para influenciar a política dos EUA.

O músico de 50 anos foi condenado num tribunal de Washington DC por violações de financiamento de campanha durante as administrações de Barack Obama e Donald Trump, entre 2012 e 2017 agindo como um agente da China não registado, adulteração de testemunhas e fraude bancária. Foi também foi condenado por fazer lobby em nome do governo da China e enfrenta até 22 anos de prisão.

O julgamento, que começou em 30 de março, contou com o depoimento de Leonardo DiCaprio, bem como do ex-procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions.  O empresário Mr. Low, que canalizou dinheiro para Michel, é acusado de roubar cerca de 4 mil milhões do fundo soberano da Malásia durante o escândalo do o fundo de investimento 1Malaysia Development Bank (1MDB), criado para o desenvolvimento económico da Malásia, numa fraude de vários milhares de milhões de dólares com ramificações por todo o mundo.

Low, que atualmente é procurado pelo governo dos EUA, supostamente ajudou a financiar o filme de DiCaprio de 2013, O Lobo de Wall Street, com dinheiro roubado do fundo soberano.

Prakazrel "Pras" Michel também teria ajudado a pressionar funcionários do governo Trump a abandonar sua investigação sobre a participação de Low nela.

O seu advogado, David Kenner, disse que estava desapontado com o resultado do julgamento e que  apresentou moções para a anulação do julgamento e planeava ainda entrar com um recurso. "Isso não acabou. Continuo muito, muito confiante de que acabaremos por prevalecer neste assunto."