PUB
PUB
Nacional
Ricardo Salgado condenado a seis anos de prisão efetiva e proibido de sair do país
Maria João e Ricardo Salgado Fotos: Artur Lourenço/Lux
Redação Lux em 8 de Março de 2022 às 19:00

Oex-banqueiro foi condenado pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa a seis anos de prisão por, alegadamente, em 2011, ter desviado 10,7 milhões de euros do Grupo Espírito Santo.
Ricardo Salgado não esteve presente na sessão, mas a sua defesa anunciou que vai recorrer da decisão. Há cerca de um mês, o advogado do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho, pedia a absolvição ou uma pena suspensa, devido à doença de Alzheimer diagnosticada ao seu cliente. Os juízes não puseram em causa o diagnóstico, mas condenaram na mesma Salgado.

O Ministério Público pediu ainda que a medida de coação fosse agravada para a proibição de se ausentar do país e para a apreensão do passaporte, por considerar que há risco de fuga. O ex-banqueiro está acusado de três crimes de abuso de confiança qualificado por, alegadamente, ter desviado 10,7 milhões de euros do GES para duas offshores.

Durante o julgamento, a defesa de Ricardo Salgado tinha alegado que as transferências se tratavam de “empréstimos”. Esta decisão prende-se com o facto de Francisco Henriques, presidente do coletivo de juízes considerar que, face às “ligações estreitas” que o arguido mantém com a Suíça, onde reside uma filha, poderá existir o “perigo de fuga”.

Casado com Maria João Salgado, há mais de 50 anos, Ricardo Salgado tem três filhos. Catarina Salgado, a filha mais velha do ex-presidente do Grupo BES, é casada com o filho de um banqueiro suíço e as viagens de Ricardo Salgado e da mulher àquele país para visitar a filha e os netos eram comuns. O casal tem mais dois filhos: Ricardo Bastos Salgado, que vive no Canadá com a mulher, Rita Sousa Tavares, e os três filhos do casal, desde 2016, ano em que a filha de Miguel Sousa Tavares foi nomeada adida cultural da embaixada portuguesa no Canadá, e José Ricardo Salgado casado com Teresa Silva Costa. Desde 2015 que a vida de Ricardo Salgado e da família mudou, quando foi colocado em prisão domiciliária no âmbito do processo Universo Espírito Santo, e passou a ter a polícia à porta da sua moradia em Cascais. Apenas lhe era autorizada saída para ir à missa na capela da família, contígua à sua casa.

A medida acabaria por ser levantada no final desse ano, mas para trás ficaram os tempos em que “o dono disto tudo”, como era conhecido, e a mulher viajavam para o Brasil, para a sua luxuosa mansão num resort na Bahia, entretanto vendida, para passarem o Ano Novo, ou que eram os anfitriões de festas, para muitos amigos, na Herdade da Comporta, ou passavam parte do verão na Praia do Gigi, na Quinta do Lago, no Algarve, ou a tradicional semana de neve numa estância da Suíça.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção