Eduardo Souto de Moura, Prémio Pritzker 2011, foi distinguido, esta segunda-feira, com o galardão de Mérito e Excelência na quinta edição dos Prémios de Arquitetura Ascensores Enor, defendendo que as grandes obras de arquitetura são as dos tempos de crise, avança a Lusa.
A cerimónia da quinta edição dos Prémios de Arquitetura Ascensores Enor decorreu em Vigo e Eduardo Souto de Moura teve direito a uma homenagem especial no ano em que venceu o prémio Pritzker.
«Talvez se faça melhor, desde que haja encomendas, porque exige mais disciplina e mais rigor», respondeu quando questionado pelos jornalistas sobre como é que se faz arquitetura em tempo de crise.
As grandes obras de arquitetura «nunca foram as obras dos períodos altos, exatamente são estas obras de crise, de passagem», disse, enfatizando que «é mais difícil, mas o resultado é melhor, porque exige da parte dos arquitetos um rigor e uma depuração mais exigente».
Recordando que «já disse 20 vezes que crise, em grego, quer dizer mudança», Souto de Moura sublinhou que «as vanguardas fazem-se na mudança».
Souto Moura voltou a alertar que «não há trabalho para os arquitetos portugueses» e que a situação está cada vez pior.
«Portugal está em crise há muitos anos, nunca houve muito dinheiro. (...) O momento em que os portugueses se convenceram que eram ricos - e está a dar estes resultados - foi na Expo 98, foi a desbunda», condenou.