Demorou quatro anos. Investigando e humanizando pessoas que nunca conheceu, que é o que mais gosta de fazer. A pesquisa, desta vez, foi muito mais complexa do que nos seus anteriores romances, pois embora houvesse matéria pública, havia muitas lacunas que só foram possíveis preencher graças às cartas, às fotografias e à colaboração preciosa da família. A “força do sangue” chama-lhe Maria João Lopo de Carvalho, veio ao de cima e todos contribuíram para unir as pontas desta história.
Em 2021, comemora-se os 150 anos do Bisavô Manuel Caroça e Maria João Lopo Carvalho queria muito que o livro estivesse pronto a tempo. Mais de metade do ano de 2018 foi passado a estudar todas as causas e consequências da pandemia de 1918, conhecida como a gripe espanhola. Mal podia imaginar que 2020 traria uma nova pandemia e que “egoisticamente” o confinamento ser-lhe-ia indispensável para acabar “O Bisavô” a tempo e horas.
Depois de setenta livros infantis e históricos, Maria João Lopo de Carvalho apresenta a biografia romanceada de Manoel Caroça contando-nos a história desta família beirã e das suas relações com Afonso Costa, Egas Moniz, Luiza Patrício Balsemão (avó de Francisco Pinto Balsemão), Maria Magdalena Manuel Patrício (a primeira mulher portuguesa a ser nomeada para o Prémio Nobel da Literatura pela primeira vez, sendo ainda a portuguesa a quem se conhece o maior um número de nomeações), Beatriz Ângelo (a primeira mulher a votar em Portugal, médica, feminista e ativista republicana), entre outros.
Em conversa com a Lux, a autora fala na génese desta sua última obra, de algumas , encantadoras, memórias de infância e também do impacto da situação de pandemia na sua vida, prestes a ser avó, com a filha, Rita, de 31 anos, a viver longe, em Nova Iorque e as fronteiras fechadas. Maria João Lopo Carvalho tem também um filho, Tomás, de 32 anos, ajuda preciosa e fundamental na pesquisa e revisão dos seus manuscritos.
O Bisavô é a saga de três gerações de uma poderosa família portuguesa, desde o fim do século XIX até às vésperas da Guerra Civil Espanhola. Anos abalados pela queda da Monarquia, pela Grande Guerra, pela devastação da tuberculose e da pneumónica, pela grande depressão.
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