Armando Vara insiste na sua inocência no processo «Face Oculta».
«Estou tranquilo. É a minha inocência que me dá esta tranquilidade», afirmou o ex-ministro à porta do Tribunal de Aveiro.
O julgamento - que envolve 36 arguidos - começou às 10:10, com a sala cheia e alguns jornalistas sentados ao lado dos arguidos para que ninguém fique de pé.
O caso está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objetivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e empresas privadas.
À entrada do tribunal, Artur Marques, advogado de três dos arguidos, considerou que o recurso interposto a propósito da destruição das escutas telefónicas que envolviam o ex-primeiro-ministro José Sócrates «tem consistência» e poderá, «no limite», levar à anulação de todo o processo.
«O recurso tem consistência, é sólido e tem fundamentação, e espero que seja decidido a favor. Poderá ter consequências terríveis e, no limite, levar à anulação de todo o processo, o que não é nenhuma tragédia», afirmou Artur Marques, defensor, entre outros, do principal arguido, Manuel Godinho, o sucateiro de Ovar acusado de 60 crimes.