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Nacional
TVI processa Rogério Samora por violação de contrato de exclusividade
Rogério Samora (Lux)
Natália Ribeiro em 8 de Janeiro de 2011 às 17:02
É a primeira vez, em 18 anos de existência, que a TVI processa um ator. Rogério Samora assinou com a SIC a 20 de dezembro, quando ainda tinha um vínculo com a estação de Queluz de Baixo. A violação do contrato de exclusividade com a TVI, que se estende até julho de 2011, motivou a ação legal que a estação já interpôs contra o ator. A Lux sabe, inclusive, que o processo já deu entrada na justiça. A decisão de levar avante a batalha judicial foi decidida ao mais alto nível, com a aprovação da administração da TVI.

«Não é uma guerra pessoal da estação contra o Rogério Samora, nem queremos penalizá-lo enquanto pessoa. Trata-se apenas da resolução de uma questão legal», diz fonte da estação.

De acordo com o que a Lux apurou, depois de receber o convite para se mudar para a SIC, Rogério Samora terá pedido aos responsáveis da TVI para o libertarem do contrato. O pedido foi negado, uma vez que ainda faltavam mais de seis meses para o fim do vínculo contratual e a estação contava com o ator para os próximos projetos de ficção. A administração da estação mostrou-se disponível para negociar a sua saída, mas, alegando ter uma proposta irrecusável, Rogério Samora ter-se-á mostrado inflexível. Não quis esperar pelo fim do contrato - como fizeram os atores que se transferiram para Carnaxide e como defendeu recentemente Nicolau Breyner, por exemplo - ou sequer discutir qualquer forma de negociação e decidiu mudar-se imediatamente para a SIC.

Sem mediadores, uma vez que não é agenciado nem se fez acompanhar por um advogado ao longo deste rápido processo de transferência, Rogério Samora bateu com a porta da TVI, rescindindo unilateralmente o contrato. A súbita e irredutível decisão deixou os amigos preocupados.

«O Rogério tem sido mal aconselhado, está a ser vítima dele próprio e da ganância da SIC», confidencia uma fonte próxima do ator. No dia em que foi apresentado como a última contratação da estação, Rogério Samora disse, em conferência de imprensa, que estava «parado» em Queluz de Baixo.

Todavia, de acordo com o que a Lux apurou, a realidade será outra. Mal terminaram as gravações da telenovela «Mar de Paixão» - que ainda está no ar na TVI -, o ator foi logo escalado para o elenco de «Anjo Meu», projeto com início marcado para janeiro de 2011. Alegando que seria a sua quarta telenovela consecutiva, o ator pediu para descansar. A sua vontade foi cumprida e, tal como era seu desejo, só teria de voltar às gravações em março, na nova telenovela de António Barreira, autor do sucesso «Meu Amor», vencedor de um Emmy.

Agora, Rogério Samora vê-se a braços com um processo e terá de lidar com as consequências da violação do contrato de exclusividade. Contactado pela Lux, Nuno Santos, diretor de programas da SIC, mostrou-se surpreendido pela inédita decisão da TVI em processar o agora ator de Carnaxide.

«Não sabia... Mas, de qualquer forma, o processo não é contra a SIC. Estamos tranquilos. Queremos que o Rogério trabalhe connosco, por isso, ele tem o nosso apoio e a nossa solidariedade. Conta connosco para o que for necessário. Só posso falar do acordo do Rogério com a SIC e não vou falar sobre o resto, porque não nos diz respeito», adiantou.

A TVI vai pedir, em tribunal, que o ator seja impedido de gravar qualquer projeto para a SIC, antes de Julho de 2011, data em que termina a sua ligação contratual, ainda em vigor. Um cenário que Nuno Santos se recusa a avaliar.

«Não vale a pena falar sobre hipóteses, mas sim sobre factos reais», afiança. Gabriela Sobral, diretora de produção da SIC, não quis comentar a decisão da TVI, que poderá ter implicações nos planos, a curto prazo, da estação de Carnaxide.

Por ter um contrato de exclusividade ainda válido, Rogério Samora não pode, legalmente, ter um vínculo semelhante a outra entidade empregadora. Fonte ligada ao processo diz que «o ator não mediu as consequências da decisão que tomou unilateralmente e das implicações legais que o incumprimento do contrato acarreta».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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