Alain Delon recebeu na noite deste domingo (19 de maio) uma Palma de Honra pela sua carreira, no Festival de Cannes.
Horas antes da entrega do prémio, o ator francês, de 83 anos, respondeu às acusações de assédio, machismo e racismo de que foi alvo.
Recorde-se que chegou a ser feito um abaixo-assinado, firmado por mais de 25 mil pessoas, entre elas a atriz Salma Hayek, a pedir que a homenagem fosse anulada.
Em entrevista ao Journal du Dimanche, Delon afirmou: “Quando eu disse que bati numa mulher, deveria ter acrescentado que levei mais chapadas na cara do que dei”, disse o ator, que acrescentou: “eu nunca assediei uma mulher”.
Delon também comentou as acusações de homofobia. “Não sou contra o casamento gay. Não estou nem aí para o assunto e as pessoas fazem o que querem (das suas vidas), mas sou contra a adoção por duas pessoas do mesmo sexo. Uma criança deve ter um pai e uma mãe”.
“Quando se está a atuar há tanto tempo, incomodamos. Quiseram colar-me uma etiqueta de extrema direita só porque eu disse que era amigo de Le Pen desde o serviço militar. Não, sou apenas de direita e ponto final. Não é aos 83 anos de idade que vou passar para a banda da esquerda”, evidenciou.
Os organizadores do Festival de Cannes defenderam Delon.
“Ele é livre para ter suas opiniões, mesmo se não concordo com elas. É complicado analisar como as lentes de hoje coisas que aconteceram ou foram ditas há anos”, declarou Thierry Frémaux, delegado-geral do Festival de Cannes.“