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Nacional
Camané atua hoje em Macau com temas traduzidos para chinês
Camané - Concerto Comemorativo dos 40 anos do Expresso no CCB Foto: João Cabral/Lux
Redação Lux em 16 de Março de 2013 às 16:01
O fadista Camané apresenta-se hoje, em Macau, para espetáculo com um alinhamento traduzido para chinês, depois de interpretar alguns temas com os Dead Combo, também convidados do festival literário Rota das Letras.

«O alinhamento vai ser todo traduzido. Vai estar em chinês e em inglês. Foi uma ideia deste festival. Acho que é ótimo traduzirem estes temas todos para chinês e para inglês», disse Camané, ao explicar à agência Lusa que vai dar voz aos principais temas que marcaram a sua carreira, desde 1994.

Em palco com os músicos Paulo Parreira (guitarra), Carlos Manuel Proença (viola) e Paulo Paz (baixo), Camané promete «algumas surpresas» que inicialmente não estavam no alinhamento, como um dos temas inéditos da nova coletânea «O melhor 1995-2013», a lançar em Portugal, no final de abril.

Antes, porém, de levar o seu fado ao público de Macau, Camané vai subir ao palco durante o concerto dos Dead Combo, com quem gravou recentemente os temas «Ouvi o texto muito ao longe», «Vendaval» e «Inquietação», este último adaptado para hino do Canal Q, de televisão por assinatura.

«Inicialmente vou cantar dois ou três temas com eles. Depois há um intervalo, e faço o meu espetáculo a seguir. A surpresa é essa: vou entrar [em palco] não sei a que tempo. Gostamos muito de tocar juntos, tenho uma grande afinidade com eles», disse.

Esta será a quarta vez que Camané se encontra com o público, em Macau, depois de, na década de 1990, ter sido convidado para a inauguração do Centro Cultural e de, em 2007, ter partilhado esse mesmo palco com a Orquestra Chinesa de Macau.

«Gostei imenso do maestro e da ligação que conseguiram criar com os meus músicos. Foi um trabalho até de alguma atenção, nas paragens, por exemplo, porque tiveram de aprender algumas palavras em português para perceber o tempo da sílaba», descreveu, ao recordar a forma «calorosa» com que foi recebido pelo público chinês e pelos muitos portugueses que encheram a sala.

É esse «público fantástico» que Camané espera voltar a encontrar com o seu fado hoje à noite. «Acho que [o fado] é uma musicalidade, se calhar mais fácil para esta zona da China do que noutra, porque há uns sons, há umas recordações e há muitos portugueses, há uma musicalidade da língua, há palavras em português, em todas as ruas, em todos os sítios, e penso que, de alguma maneira, isso facilita muito essa aproximação», afirmou.

O fadista expressou ainda o desejo de dar um espetáculo no interior da China, uma possibilidade que o entusiasmou depois de, numa das visitas a Macau, ter feito uma viagem de carro até Cantão, onde descobriu «um teatro genial, uma espécie de coliseu, super antigo, com umas madeiras lindíssimas».

«Foi uma coisa que me fascinou imenso, aquele som e aquele ambiente. Claro que era um sítio que eu gostaria muito de conhecer e, também, de levar a minha música. É complicado, pode ser e pode não ser. Quem sabe, um dia?», deixou no ar.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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