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Crianças
Caros pais e mães: qual é o vosso estilo educativo?
Filho com pais
Redação Lux  com Paulo Oom em 9 de Fevereiro de 2010 às 16:30
Alguns pais acreditam que, para disciplinar uma criança, ela tem necessariamente de ser contrariada. Não sempre, mas a maioria das vezes. A ideia é que se a mensagem que querem transmitir não magoa, física ou psicologicamente, a criança nunca a vai entender. Por isso estabelecem regras, que impõem através de ameaças e da criação de um clima de medo. Estes pais acreditam que são eles quem deve pensar sobre e como resolver os problemas das crianças e fazem muitas vezes o papel de detective, polícia, juiz ou árbitro, procurando indícios de mau comportamento na vida da criança.

Desta forma, tudo na vida dos filhos é controlado pelos pais, pois são eles que decidem e impõem a sua vontade. Neste ambiente educativo, as crianças aprendem que são os pais os responsáveis pela resolução dos seus problemas e que o medo é uma arma importante para ajudar a resolver as contrariedades da vida. Estas crianças não treinam a responsabilidade de tomar as suas próprias decisões, não desenvolvem o controlo sobre a sua vida e opiniões e, definitivamente, não aprendem qual o poder da comunicação na resolução dos problemas. São habitualmente crianças ressentidas, irritadas, com uma péssima relação com os pais e que procuram comportar-se bem apenas «porque tem de ser», e porque lhes é imposto.

Mas outros pais estão no extremo oposto. Acreditam que tudo o que é necessário para disciplinar uma criança é conversar com ela. A sua teoria é a da persuasão e de que as palavras são tudo o que a criança necessita para se comportar devidamente. Acreditam piamente que as crianças vão cooperar assim que entenderem que isso é o mais correcto a fazer. E assim passam horas a explicar à criança como comportar-se, e assistem a birras intermináveis que apenas têm fim quando a criança consegue o que quer. Estes pais acreditam que são eles quem deve pensar sobre e como resolver os problemas das crianças e que o seu papel é transmitir estes ensinamentos àquele «adulto em miniatura» que está à sua frente. Acima de tudo, são pais que têm medo da frustração que a criança possa sentir por algo lhe ser imposto.

Têm pavor da autoridade. Neste ambiente educativo, as crianças aprendem que são os pais os responsáveis pela resolução dos seus problemas, através de conselhos permanentes, que elas poderão ou não seguir, de acordo com a sua vontade e temperamento. Mais que isso, estas crianças pensam que os pais existem para as servir, e as regras são para os outros e não para si. São mestres no egoísmo. Estas crianças vivem na anarquia, pois têm liberdade total de escolha, sem limites bem definidos.

Existem também os pais que simplesmente não sabem como disciplinar uma criança. O seu estilo educativo é por vezes autoritário, estabelecendo regras e mais regras, com o objectivo de criar um clima de ameaça e medo, caso aquelas não sejam cumpridas. Mas noutras situações são muito permissivos, acreditando que as palavras são tudo o que a criança necessita para se comportar de forma adequada. São pais que, do ponto de vista educativo, andam à deriva. Os seus filhos vivem num ambiente educativo caracterizado essencialmente pela inconsistência e têm o pior de dois mundos: não treinam a responsabilidade e auto-controlo sobre as situações, ao mesmo tempo que são mestres no egoísmo. Neste ambiente educativo, as crianças aprendem que os pais são os únicos responsáveis pela resolução dos seus problemas, seja através da regra que é imposta, seja pelos conselhos permanentes que estão a dar.

E cada situação é diferente de todas as outras, no típico «logo se vê». Não existem varinhas de condão, nem passes de mágica, capazes de tornar numa criança colaborante qualquer pestinha que exista em nossa casa. Mas há, seguramente, formas erradas de o tentar fazer (como as que vimos anteriormente) e, mais importante, formas mais fáceis de o fazer.

A educação exige esforço, principalmente no início, quando as rotinas há muito estabelecidas se querem ver mudadas.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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