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Internacional
Redação Lux  com Lusa em 17 de Setembro de 2010 às 19:00
Catarina Furtado: «Num ano, muitas mulheres deixaram de morrer»
Um projeto promovido na Guiné-Bissau pela sociedade civil portuguesa está a contribuir para a redução da mortalidade materna e neo-natal no país africano, exemplo de como pessoas comuns podem «fazer a diferença» no desenvolvimento, afirmou a atriz Catarina Furtado.

No Dia Internacional da Paz, a atriz designada «campeã» dos Objetivos do Milénio pelas Nações Unidas, participou esta manhã na tradicional cerimónia de tocar do «sino da paz» no jardim das rosas do complexo da ONU em Nova Iorque, com um grupo de cerca de 500 jovens de todo o mundo.

Através do seu programa na RTP, Catarina Furtado tem mostrado a realidade das pessoas carenciadas na Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe ou Timor-Leste, e afirma que tem obtido resultados na mobilização de empresas e pessoas, sobretudo médicos e enfermeiros, que se disponibilizam para ajudar no terreno.

«Tenho ido a estes países de expressão portuguesa para mostrar, através da câmara, o olhar das pessoas que sofrem, a dor, para que não só os governos, mas também a sociedade civil, e os jovens, se sintam comprometidos a agir», disse à Lusa.

Na Guiné-Bissau, foi lançado um projeto em 3 zonas, onde estão a ser aplicados 500 mil euros na construção de um bloco operatório, entrega de ambulâncias e painéis solares, afirma a embaixadora do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUP).

«Num ano, muitas mulheres deixaram de morrer por causa deste projeto que nasceu da sociedade civil e da cooperação portuguesa», adianta a atriz e apresentadora portuguesa.

Hoje, Catarina irá dar o seu testemunho a um grupo de jovens para tentar mobilizá-los a participar na ajuda ao desenvolvimento.

«Há exemplos que nos aparecem, quando ficamos tocados com a diferença, confrontados com as desigualdades sociais, conhecemos alguém que é diferente de nós e que passa muito pior do que nós, e isso faz a diferença», adianta.

Em concreto, afirma, os jovens podem contribuir para reduzir «a muita falta de informação» em torno das questões de desenvolvimento.

«A juventude pode ser fundamental para atingir as metas de 2000. No fundo, é dar a força que eles têm, fazer acreditar que é possível», sublinha.

Este ano, o Dia Internacional da Paz é dedicado aos mais jovens, conforme sublinhou na cerimónia o secretário geral da ONU.

«Os jovens hoje estão à vontade com a diversidade global, confortáveis num mundo interligado, mas também vulneráveis a forças de extremismo», afirmou Ban Ki-moon.

«Peço a todos os jovens: juntem-se a nós. Sei que estão impacientes, frustrados com a pobreza, a injustiça e a degradação ambiental. Estão preocupados porque os mais velhos não fizeram mais progressos contra estas ameaças», adiantou.

A três dias do início da Cimeira de alto nível sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, o secretário geral aproveitou para lembrar que houve nos últimos anos «ganhos assinaláveis» no cumprimento das metas, mas é preciso «mais e mais depressa».

Nos próximos dias, a atriz portuguesa vai encontrar-se com a diretora do FNUP e participará em muitos eventos paralelos à Cimeira.

Na quarta feira da próxima semana, o grupo dos «campeões», do qual faz parte Catarina Furtado, participam num briefing, conduzido pelo economista norte-americano Jeffrey Sachs, sobre os Objetivos do Milénio.

O grupo de mais de duas dezenas de «campeões» inclui o futebolista brasileiro Rolando, a rainha Rania da Jordânia, o maratonista queniano Paul Tergat, o cantor porto-riquenho Ricky Martin, a tenista russa Maria Sharapova, o ator espanhol Antonio Banderas, a cantora britânica Annie Lennox e a atriz norte-americana Mia Farrow.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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