É o inimigo público nº 1 dos Estados Unidos da América. Na administração norte-americana chamam-lhe «terrorista» e há quem defenda que devia ser executado. Aos 39 anos, Julian Assange é, atualmente, um dos homens mais temidos do mundo.

Em 2006, este ex-pirata informático e ex-jornalista australiano criou o site WikiLeaks e começou a divulgar documentos secretos que põem em causa a diplomacia internacional. Durante três anos, quase ninguém deu pela existência do site.

Em julho passado, porém, esse cenário mudou. O WikiLeaks divulgou documentos comprometedores para a política internacional norte-americana, nos quais muitos líderes mundiais também não passam incólumes. São documentos secretos que põem em cheque as relações entre países e revelam os bastidores da política internacional, com todos os jogos de poder que lhe são inerentes, sobretudo espionagem e corrupção, sem esquecer os comentários venenosos que os líderes mundiais fazem acerca uns dos outros.

Foi assim que o mundo acordou para o WikiLeaks e a ¿bomba¿ rebentou. Resultado: Julian Assange é persona non grata em quase todo o mundo, com os EUA à cabeça, e o site é alvo de inúmeros ataques informáticos. Mas ninguém sabia onde estava o seu fundador.

Foi em Londres que Assange deu sinal de vida ao entregar-se, de livre vontade, às autoridades britânicas, na sequência de acusações de violação e agressão sexual, que levaram à emissão de um mandato europeu de captura.

É aqui que o caso assume estranhos contornos.

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