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Nacional
Redação Lux em 1 de Janeiro de 2013 às 21:12
Vídeo: Mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva
Redação Lux em 1 de Janeiro de 2013 às 21:12
O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu que é preciso «urgentemente pôr cobro» à «espiral recessiva» que Portugal vive e «concentrar esforços» no crescimento económico, senão «de pouco valerá o sacrifício» dos portugueses.

Na habitual mensagem de Ano Novo, Cavaco disse ser necessário «trabalhar para unir os portugueses e não dividi-los», porque «são muitos, e cada vez mais, os que se interrogam sobre a razão dos sacrifícios que lhes são exigidos e se esses sacrifícios serão realmente necessários e úteis».

«Precisamos de recuperar a confiança dos portugueses, não basta recuperar a confiança externa dos nossos credores (¿) Os cidadãos anseiam saber se vale a pena o esforço que estão a fazer e se, no final, o país chegará a bom porto», observou o chefe de Estado.

Aníbal Cavaco Silva assinalou que em 2012 «muitas famílias foram obrigadas a reduzir as suas despesas do dia-a-dia, mesmo em bens essenciais a uma vida digna» e que «muitas pequenas e médias empresas encerraram as suas portas» e deixou alertas sobre «o coração das dificuldades» e o «problema fulcral» do país, a falta de crescimento económico.

«Temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego», advertiu o Presidente.

Cavaco considerou «essencial que todos compreendam» que as dificuldades de Portugal «derivam do nível insustentável da dívida do Estado e do país» que é preciso corrigir, através do programa de assistência financeira «negociado pelo Governo anterior» [do PS].

No entanto, sublinhou, não se pode «ignorar que em 2012 ficou claro que um processo de redução do desequilíbrio das contas públicas acompanhado de um crescimento económico negativo tende a tornar-se socialmente insustentável».

«O próprio objetivo de equilíbrio das contas públicas torna-se mais difícil de alcançar, porque a austeridade orçamental conduz à queda da produção e à obtenção de menor receita fiscal, segue-se mais austeridade para alcançar as metas do défice, o que leva a novas quedas da produção e assim sucessivamente. É um círculo vicioso que temos de interromper», afirmou.

Por outro lado, o Presidente da República referiu que a economia portuguesa «tem sofrido impactos muito negativos vindos do exterior», que «estão fora do seu controlo e não foram previstos» e defendeu que Portugal deve exigir aos parceiros europeus melhores condições.

«As nossas empresas pagam pelos empréstimos taxas de juro muito superiores às suas congéneres da União Europeia. Temos argumentos, e devemos usá-los com firmeza, para exigir o apoio dos nossos parceiros europeus, de modo a conseguir um equilíbrio mais harmonioso entre o programa de consolidação orçamental e o crescimento económico», declarou.

Neste contexto, o chefe do Estado disse que é do interesse de Portugal, «mas também do interesse da União Europeia, que a coesão e a solidariedade não sejam meras palavras de circunstância».

No discurso de Ano Novo, Cavaco aponta 2013 como «um ano difícil», mas que pode ser também «um ano em que se comece a alterar a tendência negativa que se verifica na produção nacional e no emprego» e «em que o clima de confiança melhore e o investimento das empresas comece a crescer».

«Desejo que, com sentido patriótico, e a pensar acima de tudo nos portugueses, o Governo, as forças políticas e os parceiros sociais trabalhem ativamente para que, já em 2013, se inicie um ciclo de crescimento da economia. Se todos fizerem bem o que lhes compete, é possível que o crescimento seja uma realidade no ano que agora começa», disse.

O Presidente da República apontou depois vários exemplos que mostram que Portugal é «um destino com grandes potencialidades» de investimento e com empresários de «espírito inovador» que «exportam aquilo que produzem e que devem ser incentivados pelas entidades públicas e apoiados pelo sistema bancário», deixando elogios à concertação social.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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