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Nacional
Relembre a entrevista de Beatriz Batarda à Lux
Bernardo Sassetti e Beatriz Batarda Foto: Arquivo Lux
Redação Lux  com Joana Côrte-Real em 11 de Maio de 2012 às 15:58
Há menos de um mês, recém-chegada de Moçambique, Beatriz Batarda abriu o coração e contou à Lux como foi estar, pela primeira vez, longe das filhas, Leonor, de 8 anos, e Maria, de 6, fruto do casamento com o compositor e pianista Bernardo Sassetti.

Releia aqui um excerto da entrevista em que fala na sua vida familiar:

«(...)

Lux - Sei que não gosta de falar da sua vida privada...

B.B. - Mas tenho uma vida para além do meu trabalho! [risos].

Lux - Dedica muitas vezes os prémios que conquista às suas filhas, Leonor e Maria. Elas acompanham o seu trabalho?

B.B - Nunca viram um filme meu até porque são muito novas. A minha vida profissional é completamente separada da minha vida familiar e pessoal. Já aconteceu trabalhar com o meu marido, mas aquilo que acontece é que não há infiltrações da nossa profissão na nossa rotina familiar.

Lux - Mas as suas filhas têm noção do que é ser atriz?

B.B - Sim. Apenas viram os trabalhos que fiz com o meu marido, como recitais ou a «Menina do Mar», de Sophia de Mello Breyner, que é mais virado para as idades delas.

Lux - Reconhece algum talento nelas, que possa dizer se irão seguir a carreira da mãe ou do pai?

B.B - Acho que é muito cedo para definir. O ambiente em que elas vivem é bastante livre e ligado às artes. Têm um avô pintor, uma tia atriz, um primo ator (Bartolomeu Paes), um pai e um tio pianistas... Enfim, estão rodeadas do meio, não tanto artístico, mas virado com apreço e prazer para essa forma de expressão. É normal que isso acabe por influenciar esta construção da identidade delas. Agora, eu, como mãe, só quero que elas façam aquilo que elas queiram fazer no futuro.

Lux - Sofre quando tem que se separar delas para trabalhar?

B.B - Esta viagem a Moçambique foi a primeira vez que me ausentei sem as minhas filhas, desde que elas nasceram. Nunca tinha acontecido. Tenho feito filmes, mas sempre por aqui e a única vez que saí elas eram pequeninas, ainda não andavam na escola e, por isso, foram comigo.

Lux - Então é daquelas mães-galinha agarradas ao telefone?

B.B - Não é questão de ser mãe-galinha. Os filhos são parte de nós, e conseguir reconhecer que são seres independentes é uma aprendizagem que ainda tenho de fazer. Ser atriz é uma profissão dura, em termos de carga horária, muitas vezes a trabalhar em condições precárias, nomeadamente em Africa, com produções com muito pouco dinheiro. É uma profissão que exige emocionalmente um esforço, muitas vezes violento. Por isso, sei que trabalho no que gosto, mas também para lhes dar um futuro melhor.

(...)»
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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