Carlos Sá, o primeiro português a vencer a mítica ultramaratona Badwater, com 217 quilómetros, disputada nos Estados Unidos, foi hoje recebido em apoteose à chegada a Portugal.

O ultramaratonista, de 39 anos, que terminou a prova na Califórnia, com um tempo de 24 horas, 38 minutos e 16 segundos, admitiu que não estava à espera de vencer, mas, no entanto, garantiu que ainda não atingiu os seus limites.

"A verdade é que ando em busca dos meus limites e, felizmente, ainda não os encontrei. Terei outras oportunidades, outros projetos, outros sonhos", esclareceu Carlos Sá que já está a pensar na próxima prova daqui a 38 dias.

O atleta enalteceu o "momento de grande satisfação e alegria de ser recebido por amigos e pessoas" que se identificam com o seu estilo de vida e garantiu que "esta vitória também é deles".

"É uma satisfação e uma honra ser um modelo. Esta vitória é para essas pessoas também, para ajudar a ultrapassar as dificuldades que encontrarem no dia-a-dia", explicou.

Carlos Sá não escondeu que não estava à espera de vencer mas também não teve dificuldade em explicar a chave do sucesso: "As dificuldades só conseguem ser ultrapassadas com grande espírito de sacrifício, com muita audácia como esta que tive nesta grande ultramaratona, que nunca esperaria vencer. Mas quando trabalhamos com muita paixão as coisas boas acabam sempre por acontecer".

Na prova em que saiu vencedor, disputada no conhecido "Vale da Morte¿, o português foi o mais forte numa corrida que, além da grande distância, contava ainda com temperaturas acima dos 50º, sendo por isso mesmo considerada a mais dura competição de todas as ultramaratonas mundiais.

Nos 217 quilómetros de prova, o atleta natural de Barcelos teve de efetuar uma ascensão desde o nível do mar até aos 2.548 metros de altitude.



LUSA