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Exposição revela três séculos de arte europeia em Moura
Lux
Redação Lux  com Lusa em 23 de Junho de 2010 às 15:24
O estudo de um rosto feminino do pintor francês Louis Hersent, datado de 1824, é uma das 22 obras que compõem a exposição que vai mostrar três séculos de arte europeia, a partir de quinta feira, em Moura.

A exposição "Imagens Eloquentes - Arte Europeia dos Séculos XVIII-XX", promovida pelo Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, vai poder ser apreciada no Museu Municipal de Moura até final de setembro.

Dividida em três núcleos, denominados "ethos", "pathos" e "logos", os três princípios retóricos, a exposição, através de pinturas, aguarelas, pastéis e desenhos de paisagens rurais e urbanas, retratos, cenas históricas e de costumes, projetos de design e alegorias, vai mostrar "como a arte pode ser, apesar de silenciosa, eloquente e repleta de emoções", explica o DPHA.

O itinerário da exposição começa por abordar "o problema da atmosfera afetiva da obra de arte" ("ethos") com um idílio do pintor flamengo Petrus Johannes van Reysschoot, "característico da época imediatamente anterior à Revolução Francesa".

O quadro dá o mote para uma viagem pelo paisagismo italiano e francês da época romântica e através de obras de referências oitocentistas que abrangem o retrato (Louis-Georges Brillouin) e a pintura religiosa e alegórica (Élie Delaunay, Charles Lameire).

O primeiro núcleo inclui também obras de temática bucólica e de cenas de género do século XX de autores como Friedrich-Michael Pfeiffer e Charles Guérin, respetivamente os "nomes maiores" das escolas de Munique e de Paris.

Através de uma "estudada gama de emoções" ("pathos"), o segundo núcleo aborda as "paixões da alma" e começa com "Beatitude", o estudo de um rosto feminino de Louis Hersent e que foi aproveitado pelo pintor num dos seus quadros mais famosos, "Religiosos do Hospício do Mont Saint-Gothard", encomendado para o rei Luís XVIII de França, em 1828, e atualmente exposto no Museu do Louvre, em Paris.

Seguem-se obras como "Cena da Inquisição" (1860), uma "impressionante aguarela" de Henri Baron, "Torre del Diavolo", uma "inquietante paisagem a carvão" de Jean Jeanès, e "Guerra" (1918), uma gravura em madeira do expressionista alemão Max Pechstein.

"À emoção sucede a razão" e o terceiro núcleo, "logos", começa com um projeto de aquário "à maneira neogrega" do arquiteto alemão Karl Friedrich Schinkler, a "referência maior do romantismo germânico".

Seguem-se obras como uma evocação da "toilette" de Vénus, de Numa Boucoiran, "Na Costa de Espanha", de Louis-Julien Jacottet, "Ostende", de Maxime Lalanne, e, numa alusão à pós-modernidade, "Abstração", de Luigi Guardigli.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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