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Conheça a história de «Zé da Pinha», o jornalista que pousou a caneta para agarrar o negócio das pinhas
Zé da Pinha (foto: Lusa/Epa)
Redação Lux  com IP em 2 de Novembro de 2011 às 17:45
O jornalista José Guilherme Lorena não baixou os braços quando, aos 48 anos, depois de quase 30 nesta profissão, «as voltas da vida» o confrontaram com o desemprego, arregaçou as mangas e passou a ser o «Zé da Pinha».

Ao fim de quase três décadas a trabalhar para vários órgãos de informação, em Viseu, José Lorena pousou a caneta e vestiu o fato de «Zé da Pinha» para abastecer o mercado de pinhas.

Reorganizou legalmente a sua atividade profissional e «embora ainda muito no início» do negócio que criou, «Zé da Pinha» não se pode queixar.

São as suas pinhas que alimentam as chamas em muitas lareiras particulares ou em restaurantes com grelhador na região de Viseu.

E descreveu à Lusa a forma como iniciou o negócio:

«Esta atividade, até eu aparecer, não tinha presença em Viseu. Vi o potencial quando um amigo me disse estar farto de acendalhas para acender a lareira, com maus cheiros e pouco ecológicas. Foi nesse momento que olhei em volta e percebi que pinhais e pinhas são coisa que não falta nesta região».

José Lorena sempre gostou da floresta «e de tudo aquilo que ela pode dar» e, por isso, este passo foi «muito fácil de dar», embora admita que «criar uma estrutura que permita maximizar o potencial da floresta seja mais complicado».

«É possível alargar o negócio juntando à recolha e venda de pinhas, a recolha de cogumelos(míscaros), da caruma ou mesmo o negócio da lenha, embora esse já com forte concorrência na região. Mas o mais importante é que consegui encontrar um trabalho que me dá tanto gozo como o jornalismo», disse.

Com cerca de três meses na pele de «Zé da Pinha», José Lorena já tem uma estrutura para suportar esta empreitada, um pequeno armazém, onde tem em stock umas centenas de sacos de pinhas, entre 30 e 50 unidades, que custam ao cliente entre dois e quatro euros.

Garante que «são pinhas de qualidade, com dimensão apropriada, seca e aberta» para facilitar o uso doméstico ou nos restaurantes com grelhador.

«Com a pinha, de fácil combustão, as pessoas em casa ou os restaurantes evitam o mau cheiro da acendalha e usam um produto ecológico que, além disso, permite libertar a floresta de material combustível, minimizando o risco de incêndio no verão», nota.

Mas a empresa «Zé da Pinha» quer mais, depois de garantir uma dimensão que satisfaça o mercado dos particulares, churrasqueiras e pontos de venda de lenha para lareira, José Guilherme Lorena pretende chegar às grandes superfícies, onde a pinha, embora não em todos, já tem oferta.

Para isso já está em contacto com um dos principais fornecedores de carvão de um dos grupos de distribuição mais representados no país, que chegou ao «Zé da Pinha» através de um anúncio publicitário que José Lorena tem num jornal local de Viseu.

«Está tudo bem encaminhado e agora é preciso arregaçar as mangas para ganhar dimensão que permita avançar para este negócio das grandes superfícies, onde cresce o volume mas também a responsabilidade. E como na qualidade da pinha, também a garantia de abastecimento não pode falhar», disse com a convicção de quem sabe que criar alicerces é a única forma de não escorregar.

Numa moto-quatro, com atrelado, «Zé da Pinha» percorre os pinhais da região, falando com os proprietários ou, no caso dos terrenos baldios, com as associações de compartes, de forma a que «ninguém possa apontar nada» ao seu trabalho.

Fonte: Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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