A atriz Teresa Madruga afirmou-se muito satisfeita com a recetividade do público à longa-metragem "Tabu", do realizador Miguel Gomes, no festival de cinema da cidade sul-africana de Durban.

Em declarações à Lusa na cidade de Durban, onde representa a equipa de produção e realização de "Tabu", a atriz manifestou satisfação pelo bom acolhimento que a película recebeu e que se traduziu no período de perguntas e respostas que se seguiu à sua exibição, ao meio-dia de domingo.

"As pessoas presentes na primeira exibição do filme gostaram e participaram no período de perguntas e respostas. O 'Tabu' terá uma segunda exibição dia 26 e espero que mais gente assista. De uma forma geral, parece-me que [esta exibição] causou impacto na audiência", disse Teresa Madruga, que regressa hoje a Lisboa, depois de participar naquele que é o segundo maior festival de cinema de África.

Embora participe no festival de cinema de Durban enquadrado nas produções europeias, a película dirigida por Miguel Gomes tem um apelo muito especial para certos públicos, nomeadamente os africanos ou aquele que viveu em África, uma vez que foi rodado em parte em Moçambique, acrescenta Teresa Madruga.

"Tabu", que foi galardoado com o prémio Alfred Bauer para a Melhor Inovação Artística, no Festival de Berlim, e já foi descrito como "uma história de fantasmas e de um amor louco", explorando alguns mitos e lendas africanas com raízes fortes no imaginário dos que vivem ou viveram em Moçambique.

"Por isso algumas audiências gostam mais da segunda parte do filme, quando a ação decorre em Moçambique", conta Teresa Madruga, a propósito da incursão do filme por salas e festivais africanos.

A título pessoal, e como portuguesa, a atriz teve o prazer de encontrar em Durban "gente hospitaleira e simpática, muita dela a falar português", e que lhe recordou em várias ocasiões que esta região da costa do Índico foi batizada por Vasco da Gama como Natal.

"Fiquei com pena de não ter visitado mais locais que gostaria de ter visitado, porque fiquei limitada em tempo e aos transportes públicos, mas conheci até uma senhora sul-africana, que fala um português fluente, e que me contou que acaba de publicar um livro dedicado aos anos em que Fernando Pessoa estudou e viveu em Durban, o que foi muito interessante", revelou a atriz que veste a pele de Pilar no filme "Tabu".

Lusa