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Estudo: Mulheres «ainda têm que vencer muitos preconceitos e estereótipos» a nível laboral
Mulher
Redação Lux  com Lusa em 5 de Fevereiro de 2010 às 13:03
As mulheres «ainda têm que vencer muitos preconceitos e estereótipos» a nível laboral nos meios rurais, onde «frequentemente» são as impulsionadoras de «medidas inovadoras», disse hoje à Lusa uma responsável da Liga para a Protecção da Natureza (LPN).



O trabalho/emprego em meio rural é «o contexto onde as mulheres ainda têm que vencer muitos preconceitos e estereótipos», disse a coordenadora do projecto «Rural Value» da LPN, Cristina Sousa, referindo ser «necessário promover mais a sua visibilidade e desfrutar melhor dos seus direitos».

No entanto, frisou, é precisamente nos meios rurais que «as mulheres são frequentemente as impulsionadoras na adopção de medidas inovadoras», um «factor relevante na gestão de períodos críticos, como é frequente, por exemplo, no sector agrícola».

Segundo Cristina Sousa, estas são as principais conclusões, hoje divulgadas, do workshop «O papel da mulher no desenvolvimento rural» que decorreu quarta-feira em Castro Verde, no Baixo Alentejo.

As agricultoras que participaram no workshop, disse, «referiram a pouca comunicação e associação» que existe «entre colegas» no meio feminino do sector agrícola, sendo a profissão de agricultora «praticada muitas vezes em isolamento, ao contrário do que acontece entre agricultores masculinos».

No mundo rural, concluiu ainda o grupo que participou no workshop, a mulher assume «maior preponderância e envolvimento» na esfera familiar e a nível comunitário.



Na esfera familiar, o papel da mulher é «muito relevante enquanto cuidadora da família» e como «elemento aglutinador» para fixar famílias e população no meio rural.



A nível comunitário, a mulher desempenha um papel «muito relevante» no acompanhamento da vida escolar dos jovens, nos cuidados a idosos e na participação em organizações informais da sociedade, como acções de voluntariado e de entreajuda.

De acordo com Cristina Sousa, o grupo concluiu ainda que é «longo e positivo» o «caminho já percorrido pelas mulheres nas últimas décadas» no contexto rural e interior do Baixo Alentejo, onde «o acesso à educação, a cargos de poder e a independência eram hipóteses inexistentes para as mulheres há poucas décadas, mas que hoje são cada vez mais uma realidade».

No entanto, frisou, «não se deve considerar que todo o caminho está percorrido» porque «ainda há muito que é necessário melhorar».

O «Rural Value», promovido pela LPN, é um projecto de desenvolvimento sustentável de sistemas agrícolas extensivos ameaçados no Baixo Alentejo, nomeadamente nas planícies cerealíferas de Castro Verde.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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